Na noite de quarta-feira, 5 de dezembro, como diria o escritor Guimarães Rosa, uma notícia de grande morte se espalhou pelo Brasil e pelo mundo. As mãos do arquiteto Oscar Niemeyer, sempre irrequietas, em estado de criação sobre a prancheta, quedaram e foram pousadas sobre seu coração que parou de bater aos 104 anos.
Por Renato Rabelo*
Algumas figuras conseguem transgredir o sucesso profissional dentro de seu ramo de atividade e passam a compor um seleto olimpo de gênios capazes de ajudar a construir a marca de seu País. Os principais veículos da imprensa internacional publicam notícias sobre a morte do arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, de 104 anos. Não há prova mais irrefutável de quanto Niemeyer foi, e certamente ainda será, mesmo morto, um grande ativo cultural e criativo vinculado a imagem do Brasil para o mundo.
O líder cubano Fidel Castro compara Oscar Niemeyer ao pintor renascentista Michelangelo. "Lembraremos dele com a mesma ou maior admiração", continuou Fidel, abraçado ao artista brasileiro. "Teremos um Niemeyer eterno em sua obra e em suas nobres ideias. Qual o desejo de todos nós? Um Niemeyer eterno”, declarou Fidel em vídeo.
O Brasil está de luto. Perdeu um de seus mais ilustres brasileiros, o arquiteto Oscar Niemeyer, que faleceu aos 104 anos nesta quarta-feira (6). "Fui sempre um revoltado. Da família católica eu esquecera os velhos preconceitos, e o mundo parecia-me injusto, inaceitável. Entrei para o partido comunista, abraçado pelo pensamento de Marx que sigo até hoje", disse o incansável comunista em uma entrevista em 2006. O PCdoB homenageia este que foi um exemplo para todos os lutadores do Brasil.
Crateús é a única cidade do interior do Nordeste a ter uma obra do maior arquiteto da história do Brasil: Oscar Niemeyer. Concebido pelo mundialmente reconhecido arquiteto, que foi amigo de Luís Carlos Prestes (1898-1990) -, o monumento da Coluna Prestes no centro de Crateús foi inaugurado em 2005.
O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, decretou luto oficial por sete dias na cidade em memória de Oscar Niemeyer. E publicou nota de pesar pela morte do arquiteto, comparando a cidade à filha de Niemeyer, que demonstra a tristeza dos órfãos pela morte do pai/construtor de Brasília.
"O céu ganha um grande arquiteto, a terra perde um grande comunista". Assim o deputado federal Chico Lopes (PCdoB-CE) reagiu à notícia da morte de Oscar Niemeyer, na noite desta quarta-feira, 5/12. Para Chico Lopes, o Brasil perdeu, além de um dos maiores artistas da história e do responsável por seguidas revoluções na arquitetura, um grande protagonista político, da luta pela cidadania, por mais justiça social, por uma vida melhor para todos.
Niemeyer foi um sábio, solidário e comunista! O povo brasileiro e a humanidade perderam um de seus melhores amigos que viveu ao longo do seculo 20.
De sua residência, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), determinou, na manhã desta quinta-feira (6) que as bandeiras do Brasil e do Mercosul fossem hasteadas a meio mastro, em sinal de luto pela morte do arquiteto Oscar Niemeyer.
São inúmeras as contribuições que o arquiteto Oscar Niemeyer nos deixou. Ao longo de todo o dia, o Vermelho publicará homenagens feitas, por leitores e colaboradores do portal, ao arquiteto revolucionário, que morreu na noite de quarta-feira (5) aos 104 anos, deixando uma vasta contribuição como arquiteto, com suas obras inventivas, e seu ideal comunista.
Os traços do arquiteto Oscar Niemeyer inspiraram o cantor e compositor Chico Buarque que, no aniversário de 90 anos do arquiteto, escreveu um texto que está sendo divulgado para homenagear Niemeyer no dia de sua morte. O Portal Vermelho reproduz o texto para compartilhar com seus leitores a admiração de Chico pelo arquiteto, que compartilhava com os comunistas dos mesmos ideais pela construção de um país justo.
Vários senadores lamentaram por meio de notas e mensagens nas redes sociais a morte do arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer (1907-2012), considerado um dos nomes mais influentes na arquitetura moderna internacional. Os parlamentares destacaram o caráter universal de sua obra, seu engajamento político e seu caráter humano.