Ter sido educada por ele, exposta a este ambiente intelectual e ao mesmo tempo, à realidade de uma família operária e trabalhadora, foi um grande privilégio para mim e para minhas irmãs Luciana e Mariana. Isso nos deu uma formação política e cultural desde sempre. Plantou em nossa consciência uma visão crítica da sociedade e a paixão pela arte, pelas ciências e pela história.
A história do metalúrgico Santo Dias, morto pela polícia há 40 anos, levanta debates sobre a influência da Igreja Católica nos movimentos de esquerda na década de 1970, o papel das oposições sindicais e, sobretudo, a maneira como o Estado lidava – à bala – com os trabalhadores durante a ditadura militar (1964-1985).
Operários, de Tarsila do Amaral (1886-1973), é a mais conhecida representação da classe operária no Brasil. Pintada em 1933, durante a “fase social” da artista, a tela mostra o rosto de 51 trabalhadores da indústria, enfileirados à frente de um prédio e de seis chaminés de fábricas. São operários de diferentes idades e origens, mas com igual semblante de monotonia. E há, claro, 13 mulheres. Em média, uma a cada quatro pessoas retratadas ali é do sexo feminino.
Por André Cintra
O lançamento da biografia de Aurélio Peres, escrita por Osvaldo Bertolino, na quinta-feira (6), na sede nacional do PCdoB reuniu amigos, parentes, colegas de militância e as novas gerações de lutadores sociais para um reencontro emocionante com a trajetória de luta operária em plena ditadura militar.
Por Cézar Xavier*