A China não se resume aos “idealismos transcendentais” dos marxistas acadêmicos (fetiche, dinheiro, mercadoria e alienação).
Não é de espantar que uma economia, dotada de todos os mecanismos institucionais necessários para enfrentar situações de emergência como esta, seja não somente a primeira a sair da crise, mas também voltar a apresentar rapidamente robustos resultados econômicos.
Percebe-se no documento Sopa de Wuhan, assinado por intelectuais badalados como David Harvey, Slavoj Zizek e Alain Badiou, além de um eurocentrismo cujos graves limites de análise são inversamente proporcionais à sua aceitação no seio da esquerda brasileira, um retorno a teses que relacionam o regime chinês a um “despotismo oriental” que um dia ocupou as visões distorcidas de Aristóteles, Voltaire e Wittfogel. Este artigo, publicado originalmente no Observatório da Economia Contemporânea demonstra certa perplexidade sobre o esforço de todos desses pensadores em exilar a China como parte fundamental do mundo pós-pandemia.
Na China, um socialismo high tech governa ‘através do mercado’, tendo como regulador do sistema um ente que se pode chamar de ‘projeto’, fruto de uma maxirracionalização do processo de produção e gerador de formas superiores de planificação