Ainda são poucos registros na história do Brasil que dão conta dos heróis populares, aqueles que mesmo em condições adversas ousaram se impor para defender os Direitos Humanos. Campeã do Carnaval carioca deste ano, a Estação Primeira de Mangueira levou para a avenida a “história que a história não conta” e um dos heróis esquecidos é uma mulher negra, escravizada e vítima de outras violências que trouxe esperança à luta por direitos iguais entre homens e mulheres.
Por Mariana Serafini*
Por Nágila Maria*
“Brasil, chegou a vez
De ouvir as Marias, Mahins, Marielles, malês”
(Mangueira Samba-Enredo 2019)
Pesquisa mostra que, na comparação com as taxas médias de desemprego, negras e jovens entre 18 e 29 anos são os dois grupos mais afetados.
Passeata realizada neste domingo (29), em Copacabana, na zona sul da cidade do Rio de Janeiro, protesta contra a violência que atinge as mulheres negras em todo o país. Segundo dados do Atlas da Violência 2018, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a taxa de homicídio de mulheres negras no país é de 5,3 por 100 mil habitantes.
Sete em cada 10 pessoas assassinadas no Brasil são pretas ou pardas. A constatação na desigualdade de mortes violentas por raça/cor vem aumentando no país, sem nenhum indicativo de trégua, como comprovam os dados apresentados pelo Atlas da Violência de 2018.
"Os tempos são recrudescimento da intolerância e a sanha dos reacionários e fascistas ganha espaço em todo o mundo. Para nós, mulheres negras, resta a luta e a revolução para acabar com o sistema opressor e excludente".
Por Nágila Maria*
Na quinta-feira (14) passada, a ONG Educafro protocolou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma consulta onde pedem que metade da cota do Fundo Eleitoral e do tempo de propaganda eleitoral estabelecida para candidaturas femininas seja destinada a mulheres negras. A consulta foi assinadapor parlamentares do PCdoB e outros partidos políticos tendo como relator o ministro Luís Roberto Barroso.