O número do Painel de Monitoramento da Mortalidade Infantil e Fetal indica queda de 62% na série histórica, iniciada em 1996
Piores números foram verificados em 2020, mas podem ter piorado, conforme o garimpo desmontou as unidades de saúde, deste então.
Etnia teve 7% de mortes por desnutrição infantil entre 2019 e 2020 – 24 crianças morreram.
O quadro, muito agravado pela pandemia e pelo desmonte do Estado, foi iniciado no governo de Michel Temer e aprofundado por Bolsonaro
Após um período de declínio na taxa de mortalidade infantil, entre 2010 e 2015, o indicador voltou a crescer em 2016, de acordo com a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). A mortalidade materna também apresentou aumento nesse mesmo período. A crise econômica, o ajuste fiscal e o corte em investimentos na saúde e em programas sociais são apontados pela Abrasco como possíveis fatores para o retrocesso.
O Ministério da Saúde convidou 15 especialistas para buscar a motivação do primeiro aumento da mortalidade infantil em 26 anos e os estudos técnicos apontaram o que já era esperado: o avanço da pobreza e os cortes em áreas consideradas cruciais para o desenvolvimento e principalmente para a saúde foram os principais fatores para o retrocesso.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, a taxa de mortalidade materna voltou a crescer. A taxa foi de 62 por 100 mil nascidos vivos em 2015 para 64,4 em 2016, após diversas quedas nos anos 1990. Para além do aumento, o Brasil havia assumido, e descumprido, a meta de reduzir a mortalidade materna em 75% até 2015 e agora, irá descumpri-la novamente em 2030, em um novo retrocesso.
Por Verônica Lugarini
“Entidades respeitadas como a Unicef registram que, historicamente, a queda da mortalidade infantil está associada à melhoria nas condições de vida da população, à atenção à saúde das crianças, à segurança alimentar, ao saneamento básico e à vacinação. Os cortes aplicados na saúde e nos programas sociais pelo governo golpista de Temer são, sim, responsáveis por esse genocídio e retrocesso”.
Por Arruda Bastos*
A taxa de mortalidade infantil voltou a subir depois de 26 anos em queda contínua no Brasil. Em 2016, foram 14 óbitos para cada mil nascidos vivos, um aumento de 5% em relação ao ano anterior. Até então, o país registrava uma redução anual média de 4,9% desde o início dos anos 1990.
Pela primeira vez houve alta da mortalidade infantil no país desde 1990. Segundo o Ministério da Saúde, o crescimento foi de 4,8% em 2016, na comparação com o ano anterior. Na análise do médico sanitarista, professor universitário e ex-ministro da Saúde Arthur Chioro, o novo dado está ligado às medidas promovidas pelo governo de Michel Temer.
A austeridade fiscal e a redução das políticas públicas levaram ao primeiro aumento da morte de crianças no Brasil em 2016 desde a década de 1990. Segundo o Ministério da Saúde, a epidemia do zika vírus, ampliada por conta dos cortes na saúde, e a crise causada por um cenário econômico com desemprego e político conturbado, foram os causadores desse aumento.
Os Estados Unidos assumiram a defesa dos produtores de leite artificial, que gastam milhões em campanhas políticas e lobby, na Assembleia Mundial da Saúde realizada, em Genebra.