Brasileiros se destacam, mas noticiário prefere dar ênfase ao fato de Anitta perder nas duas categorias em que concorreu e que teve sua mala extraviada.
A eleição de Jair Bolsonaro (PSL) inaugura no Brasil não apenas uma virada à extrema-direita, mas também um agravamento dos ataques aos veículos de comunicação e jornalistas. Só no período eleitoral, foram registrados 141 casos de agressões contra comunicadores, de acordo com a análise da coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) e secretária geral do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, Renata Mielli.
O jornal Folha de S. Paulo pediu, por meio de uma representação feita ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que a Polícia Federal abra um inquérito para investigar ameaças feitas contra três de seus jornalistas e um diretor da empresa, em razão da publicação da reportagem que revelou o esquema ilegal montado por empresários pró-Bolsonaro, de disparo de mensagens contra Fernando Haddad. Para o jornal, existem "indícios de uma ação orquestrada com tentativa de constranger a liberdade de imprensa".
Após denunciar o esquema milionário e ilegal de caixa 2 que vem financiando a disseminação de fake news para a campanha de Jair Bolsonaro (PSL), a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo, passou a ser alvo de ataques virtuais de apoiadores do capitão da reserva.
Em nota, o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) denuncia a escalada autoritária que assola o Brasil. Confira o texto na íntegra:
Após ser atacada por seguidores de Jair Bolsonaro nas redes sociais, Miriam Leitão publicou, em O Globo deste domingo (14), um novo artigo reafirmando que é o candidato do PSL, e não Fernando Haddad, do PT, a ameaça maior à democracia brasileira. "A opinião que provocou a fúria dos seguidores de Jair Bolsonaro repito aqui: os riscos à democracia não são equivalentes nos dois cenários eleitorais. São maiores com Bolsonaro", escreveu.
O Tribunal Superior Eleitoral, por 6 votos a 1, entendeu que não há nenhuma irregularidade em emissoras de rádio e TV convidar apenas Jair Bolsonaro para conceder entrevistas e escantear Fernando Haddad.
Casos de agressões a profissionais da comunicação em contexto político, partidário e eleitoral já somam 137 ao longo de 2018, conforme levantamento da Abraji. Foram 75 ataques por meios digitais (com 64 profissionais afetados) e outros 62 casos físicos (com 60 atingidos).
As entrevistas do candidato à Presidência do PSL, Jair Bolsonaro, aos jornalistas Augusto Nunes, da Jovem Pan, e José Luiz Datena, da Band, levaram a campanha de Fernando Haddad (PT) a entrar com representação no Tribunal Superior Eleitoral para que as emissoras concedam espaço similar ao candidato petista.
Em passagem pelo Brasil, o linguista, filósofo e ativista norte-americano Noam Chomsky criticou o monopólio da imprensa hegemônica e a forma hostil como esta age contra os governos progressistas na América Latina. Garantiu ainda que, nos Estados Unidos, esse tipo de comportamento da imprensa não seria tolerado pelo governo. “É inimaginável que haja um golpe de Estado em curso nos EUA e um grande meio de comunicação o apoie sem consequências graves”, disse.
Por Mariana Serafini
Em passagem pelo Brasil, o linguista, filósofo e ativista norte-americano Noam Chomsky criticou o monopólio da imprensa hegemônica e a forma hostil como esta age contra os governos progressistas na América Latina. Garantiu ainda que, nos Estados Unidos, esse tipo de comportamento da imprensa não seria tolerado pelo governo. “É inimaginável que haja um golpe de Estado em curso nos EUA e um grande meio de comunicação o apoie sem consequências graves”, disse.
Por Mariana Serafini
Em coletiva para a mídia alternativa no Barão de Itararé, o linguista, filósofo, cientista e ativista político norte-americano Noam Chomsky falou sobre a ascensão da extrema-direita por conta do sentimento de abandono causado pelo neoliberalismo e sobre atitudes contraditórias da mídia estadunidense
Por Alessandra Monterastelli