Para quem trafega pelo trecho da rodovia estadual MS-386 que liga as cidades sul-mato-grossenses de Amambaí e Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai, é impossível não notar os barracos onde Mariluce Alves vive com os cinco filhos e sete adultos. No calor amplificado pelas folhas de zinco e pela lona plástica, o pai de Mariluce, José Alves, 71 anos, repousa a perna, atrofiada por um acidente, deitado em uma rede. Das crianças em idade escolar, duas não têm documentos.
Um grupo de 60 índios guarani-caiovás que ocupam uma fazenda próxima a uma estrada em Iguatemi, 470 quilômetros de Campo Grande (MS) foi atacado por homens armados na tarde desta segunda-feira (28). Na sexta-feira (18), índios guarani-caiovás que acampam em uma fazenda entre Amambaí e Ponta Porã, na mesma região, foi alvo de outro ataque. Uma liderança indígena foi sequestrada. Cerca de 500 indígenas fazem uma marcha em protesto na manhã de quarta-feira (30) com 500 indígenas na rodovia MS-386.