Longa rendeu a Wagner Moura o prêmio de ‘Melhor Primeira Direção’ e ‘Roteiro Adaptado’, com Felipe Braga, e a Seu Jorge o de ‘Melhor Ator’
Carlos Marighella foi eleito deputado federal pelo Partido Comunista em 1945, passando a compor, ao lado de nomes como Jorge Amado, a Assembleia Nacional Constituinte que elaborou a avançada Constituição de 1946
A narrativa vai de 1964, ano do triunfo do golpe militar, ao fuzilamento do guerrilheiro, em quatro de novembro de 1969. Cinco intensos e alucinantes anos
Marighella, de Wagner Moura, tem tudo para se tornar um filme-evento, como foram, cada qual no seu momento, Central do Brasil, Cidade de Deus, Tropa de elite e Bacurau. Vale dizer: obras que, ao tocar em algum nervo exposto da sociedade, transcenderam o espaço específico do cinema e se tornaram fatos políticos e culturais. As pré-estreias realizadas até agora pelo país afora parecem confirmar essa hipótese.
Diretor do filme “Marighella”, que estreia nesta semana, fala sobre política, racismo e cultura
Por Luiz Claudio Ferreira*
4 de novembro de 1969. Carlinhos era um jovem de apenas 21 anos de idade quando recebeu a notícia de que o pai, o guerrilheiro e líder comunista Carlos Marighella, então com 58 anos, havia sido assassinado em São Paulo. Hoje, aos 71 anos, lembra que era acostumado a receber falsas informações de emboscadas contra o pai.
Cinquenta anos após sua morte, guerrilheiro desperta mais amor e ódio do que no tempo em que viveu, afirma jornalista Mário Magalhães, autor da biografia que serviu de base para filme dirigido por Wagner Moura.
Como a história do “kit gay” ou da “mamadeira de piroca”, que já caíram no anedotário nacional, em que pese sua dimensão perniciosa, a farsa, dessa vez, gira em torno da figura de Estela Borges Morato, uma investigadora de polícia que teria sido “vítima do terrorismo”
Por Carlos Zacarias de Sena Júnior*
O lançamento no Brasil de “Marighella”, filme de Wagner Moura inspirado na biografia escrita pelo jornalista Mário Magalhães, ocorrerá em um momento em que, quem for ver o filme, vive um contexto de confronto na sociedade semelhante aquele que Carlos Marighella viveu na década de 60 no país.
Nesta semana, em meio à sucessão de escândalos e à apresentação de uma reforma da Previdência visando submeter as parcelas pobres da população a um regime ainda mais brutal de espoliação no trabalho e sujeição, o sr. Bolsonaro conseguiu encontrar tempo para comentar um filme.
Por Vladimir Safatle, na Folha de S.Paulo
Longa é exibido na mostra principal do Festival de Cinema de Berlim. Diretor da obra, Wagner Moura passa mensagem política na estreia, que tem presença de Jean Wyllys. "É um filme necessário", diz ex-deputado à DW