À véspera das eleições presidenciais no Peru, o clima de medo caracteriza as campanhas de candidatos que mostram todas suas armas para conquistar o eleitorado indeciso e contam com o apoio indiscreto de diversos meios de comunicação. Jornais, revistas e programas televisivos levantam opiniões como verdades, exageram fatos e demonstram suas preferências desesperadas em uma eleição ainda indefinida.
Por Júlia Nassif de Souza*, na Caros Amigos
O escândalo do mensalão voltou à cena. Em páginas recheadas de gráficos, infográficos, tabelas e quadros de todos os tipos e tamanhos, a revista Época anunciou, na edição que chegou às bancas no sábado 2, ter encontrado a pedra fundamental da mais grave crise política do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre 2005 e 2006.
Por Leandro Fortes, na CartaCapital
Hoje pela manhã (fato), jovem do sexo masculino (fato) invade escola na Zona Oeste do Rio (fato), atira contra vários estudantes (fato), matando alguns deles (fato) e ferindo outros (fato). Em seguida ele atira contra a própria cabeça (suposição) e morre (fato).
Por Antônio Mello, em seu blog
“Não deixa de ser curioso que agora, quando o personagem volta à baila, a cobertura da edição desta semana de Veja sobre o explosivo episódio de racismo, que suscitou tanta repercussão, resuma-se a uma mísera frase de Bolsonaro reproduzida na seção ‘Veja Essa’.”
Por Luiz Egypto, no Observatório da Imprensa
A estratégia da velha mídia parece cada vez mais evidente: diante da força de Lula (que tem o carisma e a história recente) e de Dilma (que tem o poder e o apoio de Lula), procura-se fraturar o lulismo. A idéia é abrir uma cunha entre os dois.
Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador
Numa ação que parece combinada, a mídia demo-tucana volta à carga, com artilharia pesada, contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Num jogo maroto, ela continua bajulando a presidente Dilma Rousseff, que de “poste” virou “estadista”, mas rosna contra o seu “padrinho” e “tutor”. Abatido um, a outra ficará mais vulnerável e entrará, logo na sequência, para a linha de tiro.
Por Altamiro Borges
Na quarta-feira passada, 30 de março, milhares de trabalhadores de Honduras aderiram ao “paro cívico”, convocado pela Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP). A greve geral se estendeu por todo o território hondurenho e foi duramente reprimida pelo governo golpista de Porfírio Lobo.
Por Altamiro Borges
Na última quarta-feira, eu estava na porta do Hospital Sírio-Libanês, cobrindo a morte de José Alencar para a TV Record. No mesmo horário, dois jornalistas (um da Folha e outro do Agora — diário que também pertence ao grupo Folha) trocavam impressões sobre a cobertura jornalística do fato. Ressalte-se: trocavam impressões usando contas particulares do twitter.
Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador
A marcação do Estadão com o Tiririca ainda vai suplantar, em ridículo, a contagem diária sobre a "censura" – que tenta equiparar um episódio irrelevante de bloqueio judicial de notícia às grandes batalhas do jornal contra sucessivas ditaduras. Tanto grande tema para ser desenvolvido e o Estadão escolhe Tiririca como alvo de sua nova guerra santa. Aliás, diga-me a quem combates, que te direi quem és.
Por Luis Nassif, em seu blog
O jornalista Mino Carta afirmou em entrevista ao programa "Provocações", da TV Cultura, que os donos de veículos de comunicação do país apoiaram o golpe militar de 1964. Em conversa com o apresentador Antônio Abujamra, na atração que foi exibida na noite desta terça-feira (29/3), o criador e diretor de redação da revista CartaCapital afirmou que a mídia impressa apoiou o golpe militar de 1964.
Todos sabemos que a imprensa pode destruir reputações, derrubar ministros e às vezes um governo inteiro. Foi uma campanha de imprensa, liderada por um grande jornalista, Carlos Lacerda, que levou Getúlio ao suicídio em 1954. Vinte anos depois, nos Estados Unidos, o presidente Richard Nixon renunciou por causa de denúncias da imprensa.
Por Bernardo Kucinski, no "Prefácio" de Regulação das Comunicações – História, Poder e Direitos (de Venício A. de Lima, Editora Paulus, São Paulo, 2011)
Não se pode deixar de reconhecer que a estratégia foi esperta. Atenta ao efeito que produziria a saída de Lula do poder, um sentimento de vazio que poderia produzir sentimentos confusos, a mídia apostou nesses sentimentos, talvez exageradamente fortes em alguns, para promover cizânia entre os que apoiaram a eleição de Dilma Rousseff pintando como “traidora” aquela a quem o ex-presidente confiaria a missão de continuar a própria obra.
Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania