Com 99,89% dos votos apurados no México, as eleições para deputados também deram vitória à coalizão de partidos que apoiou o presidente eleito Andrés Manuel López Obrador.
“Com a vitória de Andrés Manuel López Obrador, o México passa a ser um exemplo para o Brasil e para a América Latina em geral”, afirma o ex-chanceler Celso Amorim, ao fazer um primeiro balanço do resultado das eleições mexicanas do último domingo.
Ficou claro que uma vitória contundente, como a de Andrés Manuel López Obrador no México é a conjunção de, ao menos, três fatores: uma vinculação permanente e irredutível com as frentes de luta populares; uma interpretação profunda e dinâmica do mal-estar social e uma organização programática baseada em recorrer metro a metro o território nacional. Tudo isso articulado por uma personalidade cuja tenacidade não tem fadigas. “A terceira será da vitória” e assim foi.
Por Fernando Buen Abad*
O novo presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, apesar das contradições que terá pela frente, representa um avanço político significativo em muitos aspectos. Além de ser o primeiro progressista a romper com o revezamento da direita no poder dos últimos 90 anos, já declarou em seu primeiro discurso que vai priorizar “os mais humildes” em seu projeto de governo. Agora, ao anunciar os ministérios e secretarias, apresentou um gabinete com equilíbrio de gênero.
Ao se dirigir pela primeira vez como presidente ao povo mexicano, ainda na madrugada deste domingo (1), López Obrador fez um discurso moderado onde pediu conciliação e prometeu governar “para todos os mexicanos, ricos e pobres, mas principalmente os mais humildes”.
Centenas de mexicanos que moram no Estado norte-americano da Califórnia dirigiram durante horas no domingo (1) para votarem ao sul da fronteira em Andrés Manuel López Obrador para presidente, convencidos por suas promessas de confrontar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e acabar com a corrupção e a violência no México
A vitória esmagadora de Andrés Manuel López Obrador sobre seus adversários no México repercutiu no mundo e na América Latina. Ainda não foi encerrada a contagem de votos, que segue lenta, mas o novo presidente já tem 53,6% dos votos. Líderes de todo o mundo o cumprimentaram pela façanha de interromper o ciclo de 90 anos da direita no país.
“Às vezes o México é um país nefasto, mas às vezes também é um país magnífico”*. O resultado das eleições gerais deste domingo (1) nos mostra que o povo mexicano está disposto a fazer do México um país magnífico. Com poucas urnas apuradas, o progressista Andrés Manuel López Obrador, do Morena (Movimento de Renovação Nacional), já é considerado o novo presidente e dá fim aos 90 anos de revezamento do PRI e do PAN no poder. Os três rivais reconheceram a derrota.
Por Mariana Serafini