Enquanto militares e empresários envolvidos em esquema foram alvos de 16 mandados de busca e apreensão, Braga Netto teve o sigilo telefônico quebrado
Foram 1.444 falecimentos até novembro deste ano, segundo dados oficiais. Já a plataforma Fogo Cruzado registrou mais de 8.000 ocorrências desde o decreto do presidente Michel Temer. Intervenção deve ser encerrada no próximo dia 31 de dezembro.
Moradores de favelas do Rio de Janeiro apontam uma série de violações praticadas por militares desde o início da intervenção federal na segurança pública do Estado, assinada pelo presidente Michel Temer (MDB) em 16 de fevereiro de 2018. No relatório parcial Circuito de Favelas por Direitos, elaborado pela Ouvidoria Externa da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, os relatos registram roubos, invasões de casa, agressões físicas e até estupros.
De acordo com números do Instituto de Segurança Pública (ISP), divulgados nesta sexta (14), o número de homicídios por intervenção policial aumentou, no mesmo período, em 150% passando de 70 para 175 registros.
O número de pessoas mortas em chacinas – assassinatos com três ou mais vítimas em um mesmo local – cresceu 166% no Rio de Janeiro quando comparados os oito primeiros meses do ano passado. Mas para Michel Temer, os índices de combate à criminalidade da intervenção federal na segurança pública são "extraordinários" e que está "satisfeitíssimo" de ter decretado a medida.
De acordo com dados divulgados pela pesquisa Datafolha nesta quarta-feira (22), o apoio dos moradores da cidade Rio de Janeiro à presença do Exército em operações nas ruas teve uma redução significativa de 83% para 66%. A queda é influenciada pelo fiasco da intervenção militar que trouxe sensação de insegurança e crescimento nos homicídios decorrentes de intervenção policial.
Por Verônica Lugarini
Esta segunda-feira (20) registrou o maior número de tiroteios em um único dia no ano de 2018 no Rio de Janeiro: foram 43 casos em todo o estado. Os dados são da plataforma Onde Tem Tiroteio (OTT), após a operação das Forças Armadas nos Complexos do Alemão, da Penha e da Maré.
Nesta quinta-feira (16), o Observatório da Intervenção lançou um relatório com o balanço dos seis primeiros meses de intervenção militar no Rio de Janeiro. O estudo mostrou que mês após mês há a continuidade das problemáticas da intervenção: aumento da violência, de mortes e tiroteios, principalmente nas favelas. Além dos números desalentadores, a entidade destacou fatos que comprovam uma política de segurança equivocada.
Por Verônica Lugarini
A relatora de Direito Humanos das Organizações das Nações Unidas (ONU), Agnes Callamard, pediu “investigações rápidas, completas, independentes e imparciais” na morte de Marcos Vinícius, de 14 anos, durante a operação das Forças Armadas e Polícia Civil no Conjunto de Favelas da Maré no último dia 20 de junho. O adolescente ia para a escola quando foi alvejado no estômago pelas força policias e faleceu no hospital. Na operação, outras 6 pessoas morreram.
Violações acontecem em ruas do Complexo da Maré, com abordagens truculentas. Nas escolas, estudantes convivem com constantes tiroteios e redução no número de dias letivos.
“Muito tiroteio, pouca inteligência” é o que conclui o estudo realizado pelo Observatório da Intervenção divulgado nesta segunda-feira (16). O relatório apontou números que não são novos, mas que continuam crescendo com passar dos meses de intervenção federal no Rio de Janeiro. Com “resultados pífios”, a intervenção completou cinco meses e elevou drasticamente a violência no Rio: os tiroteios cresceram 37% e o número de chacinas aumentou 80% no período.
Por Verônica Lugarini
A mãe do adolescente Marcos Vinícius da Silva, de 14 anos, assassinado no mês passado no Rio de Janeiro, foi a Brasília pedir justiça e punição aos culpados pela morte do filho. Em tom de desabafo, Bruna da Silva concedeu um forte depoimento na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, nessa quarta-feira (11), e relembrou momentos da tragédia.