Entre 1990 e 2010, no contexto da arrancada industrial, a proporção de população pobre passou de 66,3% para 11,2%, de acordo com o Banco Mundial.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na noite desta sexta-feira (19) uma correção da análise de dados e microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) divulgada na véspera, o que levou a erro em alguns resultados das estimativas. O índice de Gini, por exemplo, que mede a desigualdade no país, em 2012 estava em 0,496 e, em 2013, caiu para 0,495, o que mostra redução na desigualdade, ao invés do aumento para 0,498 divulgado na quinta-feira.
Entre 2002 e 2012, o coeficiente de Gini, que mede a desigualdade de renda, diminuiu de 0,59 para 0,53. Segundo o Pnud, o percentual de brasileiros em situação de pobreza caiu 22,5% em seis anos, e, para a OIT, a parcela de indigentes reduziu-se de 25% da população em 2001 para 17,4% em 2009. Foram retiradas da pobreza 23 milhões de pessoas.
Por Ana Luíza Matos de Oliveira*, no Brasil Debate
Uma das mais importantes mudanças pelas quais o Brasil vem passando nos últimos anos é o processo de queda contínua e significativa da concentração de renda. Os resultados dos estudos do Índice de Gini mostram que transferências públicas de rendas às famílias foram aliadas nessa redução.
O rendimento médio mensal real dos brasileiros aumentou 8,3% entre 2009 e 2011. A parcela dos 10% mais pobres da população teve o maior aumento (29,2%), enquanto o 1% mais rico teve 4,3% de crescimento. Com isso, o Índice Gini para os rendimentos de trabalho no Brasil recuou de 0,518 em 2009 para 0,501 em 2011.
Brasil ainda padece de uma grave desigualdade regional.