A democracia haitiana nasceu há um instante. No seu breve tempo de vida, esta criatura faminta e doentia não recebeu senão bofetadas. Era uma recém-nascida, nos dias de festa de 1991, quando foi assassinada pela quartelada do general Raoul Cedras. Três anos mais tarde, ressuscitou.
Por Eduardo Galeano, em resistir.info
Muito tempo antes do terremoto, a situação do Haiti já era comparável à de muitos sem-teto nas ruas de grandes cidades dos EUA: pobres demais e negros demais para ter os mesmos direitos concretos que outros cidadãos.
Por Mark Weisbrot*, em Folha de S.Paulo
A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) seção Bahia lança nesta terça-feira (19/01) o Comitê Baiano de Solidariedade ao povo haitiano, vítima de um terremoto na semana passada, além de uma campanha de arrecadação de donativos. O evento acontece às 16h, no Sindicato dos Bancários da Bahia, em Salvador.
O povo do Haiti precisa de solidariedade. O terremoto do dia 12 provocou a maior tragédia humana da história do país.
Por trás do sincero discurso de ajuda às vítimas da tragédia haitiana, há um jogo de interesses nacionais cada vez mais explícito, afirma o professor de relações internacionais da PUC-SP Reginaldo Nasser. Foi assim na ajuda aos países afetados pelo tsunami de 2004 ou pelo furacão Mitch, de 1998. "Com a ajuda humanitária, vem o direcionamento político", argumenta. Leia abaixo a entrevista concedida a O Estado de S.Paulo.
Nas horas seguintes ao terremoto que devastou o Haiti, CNN, New York Times e outras importantes agências de notícias adotaram a mesma interpretação para a grave destruição: o terremoto de 7 graus foi tão devastador porque atingiu uma zona urbana extremamente povoada e pobre. Casas “construídas umas em cima de outras” e feitas pelo próprio povo pobre fizeram da cidade um local frágil.
Por Carl Lindskoog*, em Opera Mundi
O que será de ti, Haiti.
Agora que o tremor da Terra
é uma febre terçã;
querendo engolir a tua gente
como um dragão medonho
com sede e com fome de morte.
O drama do terremoto no Haiti comove a todos. Em boa hora a Secretaria de Saúde do Ceará, tendo a frente João Ananias, toma importante medida: enviará uma missão médica cearense a Porto de Príncipe, capital do Haiti.
Certas coisas que nos atormentam tornam-se menores, até insignificantes, diante de uma tragédia como a que golpeou o povo haitiano. Acompanhamos o quadro chocante também por estarmos mais próximos desse país graças ao papel relevante do Brasil na força de paz da ONU, onde são elevadas nossas baixas – ainda que seja bem mais dramático o custo em vidas humanas dos próprios haitianos.
Por Argemiro Ferreira, em seu blog
Avatar, do diretor James Cameron, vem causando as reações mais diversas em milhões de espectadores no mundo inteiro.
Por Leila Cordeiro*, no Direto da Redação
Em tese, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, deveria ir ao Haiti apenas para discutir com o presidente haitiano, René Préval, a assistência financeira internacional e os planos para a reconstrução do país. Mas ao chegar à capital Porto Príncipe, na tarde deste sábado, 16, Hillary deixou mais do que claras as reais intenções de sua visita: manter o país caribenho sob as ordens da Casa Branca.
O líder cubano Fidel Castro pediu soluções reais e verdadeiras para o Haiti — cuja situação de extrema pobreza, segundo ele, é “uma vergonha de nossa época”. Em artigo intitulado “A lição do Haiti” e publicado nesta sexta-feira (15) no jornal Granma, do Comitê Central do Partido Comunista Cubano, Fidel criticando as reações internacionais ao terremoto no país caribenho.