O Congresso Nacional aprovou nesta segunda-feira o aumento do efetivo brasileiro no Haiti.
Em mensagem ao Congresso, o governo solicitou o envio de 900 militares e a formação de uma reserva de 400 soldados. O total de brasileiros no Haiti agora soma 2.600.
O Haiti quer ajuda, porém, descarta qualquer tipo de intromissão. Essa foi a mensagem dada pelo primeiro-ministro haitiano, Jean-Max Bellerive, em encontro realizado nesta segunda-feira (25) na cidade de Montreal, Canadá. Lá, a comunidade internacional se reuniu formalmente pela primeira vez para discutir a reconstrução do país caribenho, praticamente destruído pelo terremoto do último dia 12.
Em entrevista a Amy Goodman, do Democracy Now!, o jornalista do Haiti Liberte, Kim Ives, critica a presença de soldados norte-americanos no país devastado pelo terremoto. Ele lembra que, antes mesmo da tragédia do último dia 12, o Haiti já havia sido vítima de outro sismo, mas político e econômico, provocado pelos EUA há 24 anos. Para ele, melhor que enviar tropas, seria buscar o presidente exilado Jean Bertrand Aristide. "Criaria um contra-terremoto de esperança e orgulho popular".
A Aliança Bolivariana para as Américas (Alba), reunida nesta segunda (25) em Caracas, aprovou um plano de assistência emergencial ao Haiti e emitiu comunicado declarando que a comunidade internacional deve respeitar a soberania do país devasatado por um terremoto durante o processo de reconstrução.Durante o encontro, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou o perdão da dívida do Haiti pela compra de combustível venezuelano.
O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Jorge Félix, embarca na madrugada desta terça-feira (26) para o Haiti. Ele vai instalar um gabinete de crise do governo brasileiro no país, devastado por um terremoto no dia 12 de janeiro. O objetivo é melhorar o fluxo de informações para que sejam definidas as prioridades para a ajuda humanitária aos haitianos.
A Comissão Representativa do Congresso aprovou a mensagem do presidente Lula que aumenta de 1.300 para 2.600 o contingente militar brasileiro no Haiti. A Comissão, reunida na tarde desta segunda-feira (25), serviu também de homenagem aos brasileiros mortos no terremoto que devastou aquele País. Além dos membros da comissão, também participaram da reunião os líderes partidários.
O primeiro encontro oficial entre tropas brasileiras e americanas no Haiti deu o tom do clima de divergência entre as duas partes. Sobraram trocas de recados. O general brasileiro Floriano Peixoto Vieira Neto, chefe militar da missão da ONU no país, reforçou que a ajuda aos haitianos – incluindo a segurança – é liderada pela Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah), cujo maior contingente é do Brasil.
Nos críticos primeiros dias após o terremoto que abalou o Haiti apenas duas agências de notícias norteamericanas relataram a rápida resposta cubana para a crise. Uma delas foi a Fox News, que afirmou, erradamente, que os cubanos estavam ausentes da lista dos países caribenhos vizinhos que tinha prestado assistência.
Por Dave Lindorff, no Rebelión
Cerca de 240 mil pessoas já deixaram a capital do Haiti, Porto Príncipe, depois do terremoto do último dia 12. De acordo com o gabinete de Coordenação para Assuntos Humanitários da Organização das Nações Unidas (ONU), 800 mil sobreviventes ainda estão em campos improvisados na cidade caribenha.
No primeiro dia deste ano, a liberdade completou dois séculos de vida no mundo. Ninguém se inteirou disso, ou quase ninguém.
Por Eduardo Galeano*
O ex-presidente cubano Fidel Castro criticou os Estados Unidos por enviar milhares de soldados ao Haiti depois do terremoto que devastou o país caribenho. Ele se uniu ao coro de líderes de esquerda ao condenar a "ocupação". O presidente venezuelano, Hugo Chávez, e o boliviano, Evo Morales, dois aliados de Castro, denunciaram a "ocupação militar" do Haiti após o tremor que demoliu Porto Príncipe em 12 de janeiro e que deixou até 200 mil mortos e dezenas de milhares de feridos.
Em visita a Porto Príncipe, capital do Haiti, ministro das Relações Exteriores Celso Amorim disse no sábado (23) que o país vai precisar de um "Plano Lula" para conseguir reconstruir o país devastado por terremotos.