Terminada a greve dos bancários(as) de 2016, firmado o acordo bianual 2016-2018, ao movimento sindical – dirigentes sindicais e base – resta a incontornável necessidade de avaliar os resultados e o futuro do movimento.
“Construímos a greve mais longa desde 2004, com 31 dias, e paralisamos mais de 13 mil locais de trabalho no País, que garantiu na sua resistência uma correlação de forças com os bancos e o governo, que resultou numa proposta global, para os contratos de direitos da categoria”.
Por *Carlos Eduardo Bezerra
Em assembleia realizada na noite da última quinta-feira (06), na sede do Sindicato dos Bancários do Ceará, após 31 dias de greve e oito rodadas de negociações arrancadas com muita pressão, termina a greve nos bancos privados, no Banco do Brasil, Banco do Nordeste do Brasil e na Caixa Econômica Federal.
A paralisação dos bancários, que nesta quinta-feira (06) completa um mês, poderá ser encerrada. A orientação do Comando Nacional dos Bancários é pela aprovação da nova proposta, apresentada na última quarta-feira (05), pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Em Fortaleza, a assembleia que irá deliberar sobre o andamento da greve no Ceará será a partir das 18h30, na sede do sindicato da categoria.
Os bancários do Ceará distribuíram banana na última terça-feira (04), numa forma bem humorada de denunciar à sociedade o descaso dos banqueiros durante a greve que completa 30 dias. A categoria se reuniu em frente à Caixa Econômica Federal na Praça do Ferreira, no Centro de Fortaleza.
Reunidos em assembleia na noite da última segunda-feira (03), os bancários cearenses reafirmaram a disposição de luta durante a greve da categoria que chega hoje ao seu 29º dia. A categoria debateu novas estratégias para fortalecer o movimento e aprovou um calendário de luta a ser realizado durante esta semana, com atividades no Centro de Fortaleza e na sede administrativa do BNB, no Passaré.
Na última sexta-feira (30), 25º dia de greve, o Sindicato dos Bancários do Ceará encerrou a semana de paralisações com agências fechadas nos principais corredores bancários de Fortaleza. Os bancários reforçam a mobilização para quebrar a intransigência dos banqueiros, que nas últimas rodadas de negociação tem apresentado proposta insuficiente diante dos seus altos lucros.
Durante vários dias, os bancos ficaram em silêncio e ignoraram a disposição de luta dos bancários, sem retomar as negociações. Essa postura das instituições financeiras só fez ampliar ainda mais a greve dos bancários, que completou na última quarta-feira (28), vinte e três dias de paralisações em bancos públicos e privados em todo o Estado.
Bancários do Ceará realizaram na última terça-feira (27) grande ato de resistência, no Centro de Fortaleza, como parte da mobilização nacional para forçar a banqueirada a apresentar avanços na proposta à categoria bancária, em greve desde o dia 6 de setembro.
Enquanto em 2015, no 21º dia de greve, os bancários estavam reunidos para avaliar a proposta da Fenaban e encerrar o movimento com aumento real, este ano, da parte dos banqueiros é só silêncio. Para essa intransigência, a resposta da categoria é uma só: greve forte.
Mesmo encerrando a terceira semana, a greve dos bancários tem se mantido forte e crescente a cada dia. Na última sexta-feira (23), 18º dia de greve, a adesão foi a maior registrada desde o início do movimento, dia 6: 427 agências paralisadas em todo o Estado das 562 existentes, o que representa uma adesão de 76%.
Bancários cearenses participaram, na última quinta-feira (22), do Dia Nacional de Paralisação contra as medidas do Governo Federal que atacam a classe trabalhadora como a flexibilização da CLT, a reforma da previdência e os projetos de lei em discussão no Congresso que congelam o gasto público em áreas como saúde e educação, e provocam retração de direitos. A manifestação fez parte da agenda do chamado "esquenta para a greve geral".