A onda de violência na Grã-Bretanha foi provocada por um bando de “ladrões”´ e “doentes”. Numerosos pertencem a gangues de jovens encapuzados, os hoodies. Palavras do primeiro-ministro britânico, David Cameron, em sessão extraordinária no Parlamento, nesta quinta-feira 11. Em miúdos, os ladrões, ou doentes, ou quem sabe ladrões doentes encapuzados, não têm uma agenda. Só querem saquear.
Por Gianni Carta*, na CartaCapital
A atuação do primeiro-ministro britânico, David Cameron, e de seus colegas do Partido Conservador frente à onda de protestos violentos que começou no último sábado (06/08) foi reprovada por 57% da população local. A atuação do prefeito de Londres, Boris Johnson, também conservador, teve aprovação ainda mais baixa: 24%, contra 54% de reprovação.
A polícia da região metropolitana de Londres deteve 805 pessoas que supostamente estariam participando da rebelião registrada desde sábado passado no bairro de Tottenham, enquanto 251 delas já foram acusadas formalmente.
Londres vive novos saques e prisões na madrugada deste domingo. Conflitos começaram após polícia ter matado um morador negro na quinta-feira. As cenas de jovens encapuzados a confrontar a polícia na Grã-Bretanha desde sábado, 7, evocam aquelas que varreram a França no final de 2005. Em ambos países a onda de violência foi provocada pela morte de integrantes de minorias pela polícia.
Por Gianni Carta
Ao contrário das alegações da polícia britânica, o inglês Mark Duggan, cuja morte, na última quinta-feira (04/08) deu início a uma onda de distúrbios nas ruas das principais cidades da Iglaterra, não teria disparado tiros contra o grupo de policiais que o matou durante uma blitz. A informação é proveniente dos resultados iniciais da perícia, divulgados nesta terça-feira (09) pela IPCC (Comissão Independente de Queixas à Polícia, em português), órgão que investiga o caso.
A frase é de John Lennon, astro do rock, um dos líderes dos Beatles e militante incansável pela paz, amor e por causas que quebrassem tabus, como sexo explícito. “Isolamento” é o nome da música da qual foi retirado esse verso, e há mais na letra, um questionamento oportuno: “Eu não espero que você entenda; Depois de você ter causado tanta dor; Mas, novamente, você não é culpado; Você é apenas humano, vítima da loucura”.
Após viver mais uma madrugada de violência — com a morte de uma pessoa, centenas de prisões, 44 policiais feridos e incêndios –, Londres se prepara para a quarta noite de distúrbios. O primeiro-ministro David Cameron prometeu nesta terça-feira (09) triplicar para cerca de 16 mil o número de policiais nas ruas.
Por que sempre as mesmas áreas eclodem primeiro, seja qual for a causa? Puro acidente? Poderia ter algo a ver com raça, classe, pobreza institucionalizada e a pura rigidez da vida cotidiana? Os políticos da coligação, com suas ideologias petrificadas, não podem dizer isso. Os três partidos são igualmente responsáveis pela crise. Eles fizeram a bagunça.
Por Tariq Ali, no London Review of Books
Confrontos entre a polícia e manifestantes entraram no terceiro dia nesta segunda (8) em Londres e atingiram o bairro de Hackney, que possui umas das maiores taxas de criminalidade do Reino Unido. Nesta segunda-feira, jovens lançaram bombas contra a polícia no leste da capital londrina e jogaram latas de lixo e carrinhos de supermercado na direção dos oficiais.
Políticos, comentaristas na mídia e integrantes da força policial sugeriram que o Twitter e o BlackBerry Messenger, em particular, tiveram seu papel nos distúrbios. Surgiu o debate: a mídia social e os celulares fomentaram a onda de violência deste fim de semana em Londres? Segundo teóricos do assunto, o papel de mídia social em distúrbios de Londres "foi superestimado"
A Polícia britânica iniciou uma investigação sobre a atuação de hackers, paralelo a que está em andamento sobre as escutas ilegais do "News of the World", confirmou neste sábado (30) à Agência Efe a Scotland Yard (Polícia Metropolitana de Londres).
O jornalista Sean Hoare, ex-repórter de celebridades do tabloide "News of the World" e o primeiro a afirmar que o editor Andy Coulson sabia das escutas telefônicas praticadas pelo jornal no Reino Unido, foi encontrado morto nesta segunda-feira (18), em casa, na cidade de Watford.