É preciso aproveitar as contradições das políticas de rigidez fiscal, que vieram à tona com a pandemia, para superar a oposição ao Estado social.
Segundo Daniel Couri, diretor da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado, o projeto da LDO mostra que, em 2022, para cumprir o teto, gastos discricionários teriam de ser de R$ 85 bilhões. Essas despesas, no entanto, nunca ficaram abaixo de R$ 128 bilhões.
Relatório mostra que, de 2014 a 2019, esforço fiscal da União resultou em cortes de 28,9% em despesas discricionárias de programas sociais, deixando país fragilizado para enfrentar pandemia.
Enquanto isso, outros países aumentam gastos sem preocupação com o horizonte fiscal e cogitam nacionalizar empresas.
As nações ricas do planeta, com boa infraestrutura, juros baixos e menores problemas sociais, estão injetando poder de compra na economia, para gerar demanda e evitar um grande colapso. O Brasil, ao contrário, mantém-se aferrado à ideologia neoliberal.
Documento assinado por professores da Unicamp e de seis outras instituições diz que é preciso assegurar fluxos de renda.