“Autoritarismo de Bolsonaro na escolha de reitores é por baixa adesão ao Future-se”, afirma o ex-ministro da Educação.
A publicação da Portaria 1.701, de 30 de setembro de 2019, do MEC, que criou o Grupo de Especialistas Jurídicos, com o objetivo de consolidar as propostas apresentadas por meio da pré-consulta aberta à comunidade sobre o Programa Future-se e elaborar proposição legislativa acerca do referido Programa, a ser encaminhada ao Congresso Nacional, mostra que:
Reitores de universidades federais criticaram duramente o programa Future-se do Ministério da Educação (MEC) por interferir na autonomia das universidades públicas. A pretexto de permite às universidades públicas a captação de recursos privados por meio de contratos com organizações sociais (OSs) sem a necessidade de chamada pública, os reitores disseram durante audiência pública, promovida pela Comissão de Educação (CE), nesta terça-feira (17), que falta de clareza nas regras propostas.
Aparentemente o tal programa “FUTURE-SE” é do desconhecimento da esmagadora maioria da população e quando se reconhece que teve acesso às informações sobre, ela veio truncada, deformada e induzida. Um programa que destrói todo o sistema universitário brasileiro, em pouco tempo, pode parametrizar as formas de organização interna de universidades e institutos federais.
A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) promoveu nesta quinta-feira (15), na Comissão de Educação da Câmara, um qualificado debate sobre o programa “Future-se” apresentado pelo MEC, que está sob consulta pública. Entidades ligadas ao setor educacional criticaram duramente a proposta, uma vez que se trata de um programa voltado para o mercado, que ataca a autonomia universitária e pretende privatizar as universidades públicas.
Mais de 40 universidades e institutos federais já criticaram o “Future-se”, o mais privatista dos programas do governo Bolsonaro (PSL) para a educação. A medida, anunciado pelo MEC (Ministério da Educação), abre as instituições públicas de ensino superior para a entrada desenfreada de recursos e projetos da iniciativa privada. A UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) foram além e já se manifestaram oficialmente contra a adesão ao programa.
O reitor da Universidade Federal do Ceará, Henry Campos, define o programa Future-se do governo Bolsonaro como um "projeto destruidor para as universidades". Para ele, a pluralidade socioeconômica dos estudantes das federais está em risco com política de Bolsonaro. Em entrevista ao Brasil de Fato, Henry analisa que o projeto abre espaço para a privatização do ensino superior.