No carnaval, reencontraram com Gertrude e Caetano, na ladeira de São Francisco. A multidão, subindo e descendo, não parava para tomar fôlego nas calçadas. Aqui e ali se via um casal encostado a um muro, bebendo em cantis, segurando uma guimba de baseado.
Sabiam que, depois do carnaval, uma angústia percorreria as ruas desertas. O ar denso era monitorado pelo Distrito Policial. Rondas, suspeitas de velhos moradores, oficiais de pijama sentados em espreguiçadeiras, imaginando um sussurro subversivo na esquina próxima.
…com segredos do Partido
Ninguém se arriscou a falar primeiro. De um lado, Gertrude, Caetano e Xisto; de outro, Maújo, acomodado numa máquina de […]
…se cobrir como uma iabá fluvial
A Sé não é um proscênio, é uma esplanada de cantarias; há capoeiristas, umbandas e traficâncias. Uma tapioca pode esconder dez gramas de cocaína, sob uma pedra benta pode haver um tufo de liamba; a voz do babalorixá, rascante, carrega-se de quizilas; o capoeirista é caviloso, fingido nos agrados.
O Estrela e o Maconhão têm em comum o apodrecimento do ar. Maújo e Chica o sorviam mudos, atenuando indistintas culpas. Acudia-os a sonoridade remota da rumba. Do lado de fora, dois casais tramavam o delírio noutro retiro, em cama multicor, como os olhos chispando liamba.