Dados do IBGE mostram que as altas de preços, que vão onerar o consumidor na ponta da cadeia, não se restringem aos alimentos.
Segundo ministro da Economia do governo Bolsonaro, auxílio emergencial de R$ 600 causou “enxurrada de dinheiro”.
O aumento súbito do preço do arroz deveria promover um debate mais amplo sobre o papel da política pública na produção e consumo de alimentos de qualidade, variados, a preços acessíveis e estáveis, fundamental para se alcançar a soberania alimentar.
Um levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (USP) mostra que o preço do arroz produzido no Brasil mais que triplicou de janeiro de 2010 até o final de agosto.
Para o economista Marco Rocha, da Unicamp, a elevação de preços de uma forma geral está ligada à alta do dólar, à pandemia e ao fato de o repasse ter ficado represado ao longo do ano.
É fundamental que as autoridades públicas elaborem e executem políticas voltadas para reverter os efeitos da epidemia sobre a produção de bens de alta complexidade, exatamente para evitar uma forte regressão na produtividade e na competitividade do País.
Existe a imagem errada de uma China que se especializou em manufatura para se tornar a fábrica do mundo e, em troca, importa produtos agrícolas, seguindo assim a máxima de especialização no comércio internacional. Na realidade, porém, a China investiu muito para aumentar a produção e a produtividade no setor agrário.
Nesta quinta (14), o dólar comercial voltou a bater recorde, chegando a R$ 5,96 na máxima do dia. Ontem, a divisa norte-americana fechou cotada a R$ 5,90.