"Renunciar às tecnologias nucleares é como proibir os computadores", afirmou nesta segunda-feira (25) o primeiro-ministro da Ucrânia, Nikolai Azarov, ao defender a aposta de seu país pela energia atômica, no momento em que o país rememora os 25 anos do acidente de Tchernobil.
O acidente nuclear de Chernobyl (Ucrânia), o maior da história, completa 25 anos nesta terça (26). A catástrofe é relembrada justamente em um momento em que a ameaça da energia nuclear volta a assombrar o mundo, após os acidentes ocorridos na central de Fukushima, no Japão.
O Japão anunciou nesta quinta-feira (21) que vai declarar como zona de entrada proibida a área de 20 quilômetros ao redor da usina nuclear de Fukushima Daiichi, no norte de Tóquio, semanas depois de a usina ter sido atingida por um terremoto seguido por um tsunami, o que teria provocado os problemas que desataram a crise nuclear.
Robôs controlados remotamente detectaram altos níveis de radiação no interior dos prédios dos reatores na usina nuclear danificada de Fukushima.
De acordo com uma avaliação do JP Morgan, a Tokyo Electric Power Company (Tepco), empresa que opera a usina nuclear de Fukushima, no Japão, poderá ter de pagar até US$ 26 bilhões (cerca de R$ 41 bilhões) em indenizações por causa dos danos provocados pelo vazamento de radiação da central nuclear.
A agência de segurança nuclear do Japão elevou o grau de seriedade do acidente nuclear na usina Daiichi, em Fukushima, de 5 para 7 na escala Ines (International Nuclear and Radiological Event Scale) – o maior nível na escala internacional de gravidade.
Manifestantes japoneses exigiram o fechamento da planta nuclear afetada pelo terremoto, seguido de tsunami, que causou estragos à usina de Fukushima e de todas as usinas que utilizam este tipo de combustível no país.
As partículas radioativas emitidas por causa do acidente nuclear de Fukushima, no Japão, se epsalharam por todo o hemisfério norte nas duas semanas seguintes ao terremoto e o tsunami que desencadeou a crise, segundo afirmou nesta sexta-feira (8) a Organização da Comissão Preparatória para o Tratado de Proibição de Provas Nucleares da ONU.
Após duas décadas de hibernação dos planos nucleares, no final do governo anterior foram anunciadas a conclusão de Angra 3 e mais quatro usinas, possivelmente às margens do rio São Francisco. A previsão de investimento é da ordem de R$ 8 bilhões por unidade, atingindo R$ 40 bilhões para a instalação de 6.800 MW.
Por Ildo Sauer*, na Folha de S.Paulo
O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Yukiya Amano, disse nesta segunda-feira (4) que a abordagem sobre o uso e a segurança da energia nuclear deve sofrer alterações, depois dos acidentes registrados no Japão, na Usina Nuclear de Fukushima Daiichi. O assunto é tema da reunião para discutir a Convenção sobre Segurança Nuclear, que começou nesta segunda-feira e vai até o dia 14, em Viena, na Áustria.
Técnicos da Tepco, a operadora da usina nuclear de Fukushima, no Japão, planejam utilizar polímero em pó, altamente absorvente, para frear o escapamento de água radioativa ao mar, após tentar sem sucesso conter esse vazamento com concreto.
A Eletronuclear vai mostrar no dia 8 de abril, à comissão de senadores que acompanha os desdobramentos do acidente nuclear que atingiu o Japão, que as usinas brasileiras Angra 1, 2 e 3 apresentam condições técnicas de segurança superiores às de Fukushima — afetada pelo terremoto e tsunami que devastaram a costa nordeste japonesa no dia 11.