Aplicando a agenda de desmonte do Estado, como parte do golpe de 2016, o governo ilegítimo de Michel Temer liberou a venda da Embraer, maior empresa nacional de tecnologia, à Boeing. Apesar de ser acionista com poder de impedir a venda, por ser detentor da ação Golden Share (com poder de veto), o governo brasileiro não impediu a transação e entregou o controle da empresa para a norte-americana Boeing, que terá 80% da companhia.
Em mais um capítulo da entrega do patrimônio nacional às empresas estrangeiras, iniciada com o desmonte da Petrobras e a venda do pré-sal às petroleiras internacionais, o governo Michel Temer deu o sinal verde para que a linha regional da fabricante de aeronaves Embraer – da qual a brasileira é líder mundial – seja incorporada pela norte-americana Boeing.
Qualquer negociação que envolva a Embraer é uma questão importante demais para ser tratada por um governo "ilegítimo e em fim de mandato" como o de Temer, disse nesta terça-feira (5) o ex-ministro Celso Amorim, em debate em São José dos Campos, no interior paulista. Para ele, trata-se de um governo "agonizante", sem autoridade para discutir questões estratégicas. "É preciso que São José seja um centro de resistência a esse entreguismo desvairado que tomou conta do Brasil", afirmou.
Boeing negocia a compra da concorrente brasileira Embraer desde o fim de 2017. Empresas têm 15 dias para informar sobre o cumprimento da recomendação.
Sindicatos dos metalúrgicos de São José dos Campos, Botucatu e Araraquara, no interior paulista, denunciaram nesta segunda-feira (2), na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado, os riscos que correm trabalhadores do setor aeronáutico e o sistema de defesa do país caso seja confirmada a venda da Embraer para a Boeing.
As novas taxas contra o aço e o alumínio importados pelos EUA entraram em vigor na sexta-feira (23). Os produtos de aço terão de pagar tarifa adicional de 25%, enquanto a taxa sobre o alumínio é de 10%. Porém, o governo Trump decidiu excluir o Brasil da cobrança. A suspensão é temporária, até 1º de maio, período em que ocorrerão negociações bilaterais.
Apesar de ter renda média e indústria sofisticada, o Brasil só consegue ganhar da Argentina.
Por Carlos Drummond
Refém do mercado financeiro e das grandes corporações no pós-golpe, o governo de Michel Temer promove a passos largos a maior entrega do patrimônio nacional e das nossas riquezas naturais. Diante desse histórico antinacional, é preciso cautela e atenção com relação aos planos de absorção da Embraer pela gigante norte-americana de aviação Boeing.
Por Carlos Zarattini*
De acordo com reportagem de O Globo, o polêmico e ainda misterioso acordo entre Boeing e Embraer tende a ser finalizado ainda este mês. A pressa é para tranquilizar o mercado e evitar "politização" do tema, ante a proximidade das eleições. O desafio dos envolvidos é convencer a todos que a empresa norte-americana não “engolirá” a brasileira. Analistas apontam que o negócio, além de potencialmente prejudicial à soberania, poderá destruir empregos, indústria e pesquisas do Brasil.
Se a Embraer for vendida para a Boeing, “acaba a indústria, vai embora emprego, vai embora tudo”. O alerta é de Pedro Celestino, presidente do Clube de Engenharia. Para ele, a proposta de venda da empresa brasileira aos norte-americanos demonstra mais uma vez que o governo Temer quer “destruir o que se construiu neste pais nos últimos 80 anos”.
Por Eleonora Lucena e Rodolfo Lucena
Proposta de acordo entre a Embraer e a estadunidense Boeing pode colocar em risco a soberania espacial do país. Especialistas questionam a possibilidade de perda de controle acionário da empresa aeronáutica por parte do governo brasileiro. Atualmente, mesmo com investimento privado, as autoridades nacionais ainda mantém poder de veto em questões estratégicas.
O analista político José Lopez Feijoó critica a entrega da Embraer para norte-americanos. A Boeing, gigante da aviação adquiriu 51% de controle acionário da empresa brasileira. Para o analista, o governo Temer pretende privatizar outros setores estratégicos. Energia, Tecnologia e terminais portuários estão na mira para serem transferidos ao capital estrangeiro, sem o menor respeito às nossas riquezas e o impacto sobre a mão de obra nacional.