O anúncio de um acordo entre a Embraer e a Boeing para criar uma nova empresa (joint venture) com operações em comum foi criticado nesta quarta-feira (1º) em comissão geral no plenário da Câmara dos Deputados.
Em um cenário de eleições e indefinições sobre coligação e alianças partidárias o Congresso Nacional deve retomar as atividades nesta semana. Na Câmara, a discussão sobre a venda da Embraer será feita em Comissão Geral. No Senado está previsto debate acalorado sobre a privatização da Eletrobras e instalação de cinco Comissões Parlamentares de Inquérito.
A privatização completa ou a venda de empresas que têm o governo federal como acionista depende hoje da votação do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre as chamadas "golden shares", que são ações que garantem ao governo o poder de decisão em temas importantes e, portanto, o de veto.
Somos levados a crer que a empresa que resultar do desmonte da Embraer e que herdará o setor de defesa continuará nacional, não? Pelo contrário.
Por Demétrio G. C. de Toledo*
Durante sabatina na Abimaq (Associação Brasileira de Indústria de Máquinas e Equipamentos), em São Paulo, nesta terça-feira (17), o pré-candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT), defendeu a suspensão da entrega da Embraer à Boeing, como fez o governo Michel Temer.
“O efeito desencadeador de desmobilizar empregos no Brasil para mobilizar empregos em outro país terá severo impacto”, declarou Clemente Ganz, diretor-técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese). Segundo ele, esse pode ser um dos resultados da confirmação feita pelo governo brasileiro da fusão entre a empresa brasileira de aviação Embraer e a americana Boeing. “Um crime”, definiu Clemente.
Por Railídia Carvalho
Política de Temer de pôr fim à soberania nacional com as vendas da Braskem, Embraer e estatais ao capital internacional pode deixar dezenas de milhares de trabalhadores e trabalhadoras sem emprego.
A Câmara dos Deputados deve analisar, no segundo semestre, projeto da deputada Jô Moraes (PCdoB-MG) que determina a necessidade de lei específica para alienação ou transferência de ação de classe especial de propriedade da União (Projeto de Lei 10608/18).
Governo Temer completa mais uma entrega dentro do seu compromisso de transferência do patrimônio nacional às grandes corporações transnacionais e "fantasma de Detroit" agora ronda São José dos Campos.
Por Marcio Pochmann*
"O pueril argumento de que Embraer não teria condições de concorrer após uma união entre Bombardier e Airbus, a atrasada preocupação em diminuir direitos trabalhistas por meio de uma reforma, como se isso realmente fosse ameaça, não passam de uma razão subalterna, reveladora da indigência econômica e política de empresários incapazes de enxergarem além do próprio nariz”.
Por Martônio Mont'Alverne Barreto Lima*
O processo de entrega da EMBRAER à Boeing, em um pacote que inclui tecnologia de uso militar não preocupou o ministério da Defesa, conforme “informam” os grandes jornais. Tampouco se viu alguma manifestação dos comandos militares, dos generais da ativa ou, mesmo, de certos oficiais twitteiros, da ativa e da reserva.
Por Rita Coitinho*
A constituição de comissão externa, destinada a acompanhar os trabalhos do grupo técnico criado pelo governo na tentativa de entrega de 80% do controle acionário da empresa aérea nacional a norte-americana Boeing, foi solicitada por parlamentares do PCdoB ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.
Por Iberê Lopes*