A venda de 80% da Embraer para a Boeing expõe de forma cristalina o grave prejuízo econômico e estratégico para o desenvolvimento do Brasil.
No apagar das luzes de um governo ilegítimo, Michel Temer abre o mercado brasileiro de aviação de passageiros aos estrangeiros.
Por Mauro Santayana*
O acordo de fusão entre Boeing e Embraer foi suspenso pela segunda vez, nesta quarta-feira (19), pelo juiz Victorio Giuzio Neto, da 24ª Vara Cível Federal de São Paulo. A ação foi apresentada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, no interior paulista. A Advocacia-Geral da União (AGU) vai recorrer.
Os principais feitos do governo Temer em política externa não estão no esvaziamento da Unasul, na mitigação do Mercosul ou no papel acentuadamente irrelevante que o Brasil assume nos BRICS. Os pontos de destaque estão na desnacionalização da produção energética, através do desmonte da área de refino da Petrobras e do fim do regime de partilha, e na desnacionalização da Embraer.
Por Gilberto Maringoni*
O acordo anunciado nesta segunda-feira (17) entre a Boeing e a Embraer prevê que a brasileira terá participação de 20% na nova empresa de aviação civil. Mas a Embraer pode, a qualquer momento, vender essa fatia para a norte-americana e sair totalmente do negócio.
Jornal dos Marinho, em editorial, faz defesa suspeita da empresa brasileira à Boeing.
Justiça Federal de São Paulo concedeu liminar impedindo o conselho de administração da Embraer de tomar qualquer decisão que permita a separação da área comercial da empresa para formar uma joint venture com a Boeing.
A proposta de fusão da Embraer, companhia brasileira do ramo de aviação, com a Boeing, multinacional estadunidense, vem sendo alvo de críticas em diferentes áreas.
Antes que o Brasil volte a ter um governo legítimo, a Boeing corre para acelerar a transferência de tecnologia e produção da Embraer para seu território. Já estão em andamento planos para a instalação nos Estados Unidos de uma linha de produção do cargueiro militar KC-390, uma das obras-primas da aviação mundial.
O juiz federal Victorio Giuzio Neto, da 24ª Vara Cível Federal de São Paulo, determinou a manifestação do Conselho de Segurança Nacional (atual Conselho de Defesa Nacional), por meio do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, sobre a venda da Embraer para a norte-americana Boeing.
"É preciso que se constitua um movimento de todas as partes interessadas e alinhadas ao desenvolvimento da indústria aeronáutica, da tecnologia nacional, da defesa e da soberania do país para traçar uma agenda de discussões e para gerar proposições".
Por Artur Monte Cardoso*
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e trabalhadores da Embraer destacaram, durante audiência pública, realizada nesta terça-feira (07), na Câmara dos Deputados, que o governo pretende vender a empresa por um valor muito abaixo dos investimentos feitos desde sua criação em 1969.