Três fatores credenciaram o campo da esquerda [nas eleições na França]. Porém, o “pulo do gato” seu deu pela tática de união para derrotar a extrema-direita
O cientista político Luis Fernandes avalia que as eleições legislativas de junho devem apontar para avanço da esquerda no parlamento francês, mas também uma recomposição da extrema-direita com o resultado de Marine Le Pen.
O especialista em Relações Internacionais, Alexandre Figueiredo avalia que Macron precisa cumprir sua promessa de incorporar demandas sociais para barrar de vez Marine Le Pen e sua farsa populista.
Eles podem anunciar o ponto de partida de uma próxima campanha (como Marine Le Pen em 2017) ou ser um instrumento de mobilização levantando esperanças de um futuro melhor e da manutenção da luta militante.
As abstenções eleitorais geralmente ocorrem entre eleitores menos favorecidos em renda e educação (informação) na Europa. Quando ela atinge os mais bem informados e capazes de escolher seu governo, algo novo está ocorrendo.
Mélenchon, que em cinco anos ganhou mais votos do que Marine Le Pen, foi a surpresa com parte dos votos preferindo Le Pen que nãopara de agregar para si o voto periférico.
Em 2002, Jacques Chirac, candidato da direita, recusou-se a debater com Jean-Marie Le Pen, do Front National (FN, de extrema-direita), segundo colocado no primeiro turno.
Por Leneide Duarte-Plon*
Quanto à sua ideologia, no France-Inter, em Dezembro de 2014, Macron afirmou "Eu sou socialista". Em agosto de 2016 afirmaria, no decurso de uma visita a Puy du Fou, "A honestidade obriga-me a dizer-vos que não sou socialista". Já no segundo turno disse que não era de esquerda nem de direita e que o seu programa era de uma economia liberal.
Por António Abreu, no jornal Abril Abril
Emmanuel Macron foi eleito com grande maioria dos votos expressos dia 7 de maio, equivalente a 66,1% dos "votantes". Em porcentagem é resultado impressionante, mas que é também resultado de uma ilusão de ótica. Inúmeros comentaristas chamaram a atenção para o mesmo detalhe.
Por Jacques Sapir, no Hypothèses
A eleição presidencial francesa do último domingo marcou números expressivos de abstenções e de votos brancos e nulos. De certo, os eleitores que no primeiro turno rumaram com Benoit Hamon, do Partido Socialista, ou Jean-Luc Mélenchon, do França Insubmissa, não viram motivos para depositar com alegria seus votos no segundo turno em candidatos identificados com a extrema-direita conservadora, como Marine Le Pen, ou com um programa neoliberal, como Macron.
Por Theo Rodrigues, no Cafezinho
O presidente eleito da França, Emmanuel Macron, disse em um dos discursos que proferiu após a vitória, neste domingo (7), que vai “defender” a unidade de seu país para superar as “atuais divisões”, assim como vai “defender uma Europa unida” aos povos que a integram.
A participação no segundo turno das eleições presidenciais da França alcançou 65,30% às 17 horas (horário local, 11 horas em Brasília), uma queda considerável se comparado aos 69,42% de franceses que tinham votado nesse mesmo horário no primeiro turno, em 23 de abril. A informação é da Agência EFE.