Em entrevista à BBC Brasil, o governador do Maranhão Flávio Dino (PCdoB) fez uma profunda análise da conjuntura política marcada pela crise que atinge todas as instituições da República. Para ele, o governo de Michel Temer não se sustenta e a saída é eleições diretas antecipadas.
A queda de braço pelas eleições direitas continua no Congresso Nacional. A fragmentada base aliada no governo conseguiu retirar da pauta a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) das eleições diretas, mas os deputados da oposição na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados mantiveram a pressão para a análise do tema nesta quarta-feira (24).
A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) deverá votar, na próxima quarta-feira (31), a proposta de emenda à Constituição (PEC 67/2016) que prevê a realização de eleição direta para presidente e vice-presidente da República em caso de vacância desses cargos nos três primeiros anos do mandato. A proposta é de iniciativa do senador Reguffe (sem partido–DF) e recebeu substitutivo do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que fez a leitura do relatório na reunião desta quarta (24).
Numa alegoria, podemos assumir que Temer está politicamente morto. Conserva-se no poder porque se encontra já embalsamado. Não cai, nem sai, porque está completamente amarrado, envolto em trapos, mumificado.
Por Alexandre Weffort
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, liberou para julgamento da Corte uma ação direta de inconstitucionalidade que abre a possibilidade de realização de eleições diretas no caso de vacância do cargo depois de passados dois anos de mandato
Em texto publicado no site do Clube de Engenharia, o presidente da entidade, Pedro Celestino, avalia que o país chegou "ao fundo do poço" e defende que as eleições diretas para presidente da República são a única solução legítima para sair "do atoleiro em que nos encontramos".
O país está entrando em uma nova fase da luta política, mas o quadro que se tem pela frente está nebuloso, após as delações da JBS contra Michel Temer e Aécio Neves. Por um lado, o desfecho da crise – para alguns terminal – que envolve o governo Temer aponta para uma possibilidade de saída democrática. De outro, há chance de retrocesso. A opinião é do ex-presidente do PSB Roberto Amaral.
Para um dos mais renomados constitucionalistas brasileiros, professor emérito de Direito Constitucional da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), Dalmo Dallari, as revelações trazidas pela gravação da conversa entre o empresário da JBS e Michel Temer deixa o governo numa condição insustentável, sendo a renúncia a única alternativa. Ele também afirma que o governo só será legítimo com a realização de eleições diretas para a escolha de um novo presidente.
Por Dayane Santos
O povo brasileiro exige a saída imediata de Michel Temer da presidência da República, cargo que nunca ocupou de forma legítima, e a realização de eleições diretas, como única forma de dar início a um novo ciclo verdadeiramente democrático, com um presidente eleito pela população. A avaliação é do deputado federal Chico Lopes (PCdoB-CE).
O deputado federal Rubens Jr (PCdoB-MA) classificou a denúncia contra o presidente Michel Temer como gravíssima. De acordo com o parlamentar, Temer cometeu um ato de obstrução da Justiça. “É crime de responsabilidade, cabe pedido de impeachment. Cada vez mais fica claro que Eleições Diretas é a saída minimamente possível”, defendeu Rubens Junior.