A diretora executiva do Programa Mundial de Alimentação (PMA), Josette Sheeran, afirmou sexta-feira (4) que o encarecimento dos alimentos tem contribuído para os protestos dos últimos dias no Norte da África e no Oriente Médio. Segundo ela, em muitas das marchas, os manifestantes empunhavam pães ou agitavam cartazes queixando-se do aumento dos preços de comida.
A liderança do Partido Nacional Democrático (PND), legenda do regime de Hosni Mubarak, renunciou ao posto neste sábado (5). Safwat el-Sharif, secretário-geral do partido e um dos políticos mais leais ao chefe do regime, e Gamal Mubarak, filho do presidente, que presidia o comitê político do PND, renunciaram. Hosni Mubarak também teria deixado o cargo de presidente do partido, o que ainda não foi confirmado, mas mantém-se como presidente do Egito. As informações são da TV estatal egípcia.
Os jornalistas enviados pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC) ao Egito chegaram neste sábado (5) às 8h10 no Aeroporto de Guarulhos. O repórter da Rádio Nacional Corban Costa e o repórter cinematográfico Gilvan Rocha, da TV Brasil, retornaram ao Brasil após serem expulsos pelo governo egípcio. Às 12h30 os dois embarcam novamente e seguem viagem para Brasília.
Segundo afirmações da secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, o vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, foi vítima de um atentado neste fim de semana, na cidade do Cairo.
Sem dar mais detalhes, o ministro das Finanças do Egito, Samir Radwan, disse neste sábado (5) que o vice-presidente Omar Suleiman vai se reunir com oposicionistas na tentativa de colocar um fim ao processo revolucionário que atravessa o país.
EUA e Europa se movimentam para manter as posições do imperialismo no mundo árabe e, em particular, no Egito, interrompendo o curso da revolução e liderando uma "transição democrática" que não coloque em xeque seus interesses econômicos e geopolíticos na convulsionada região.
A luta ao meu redor na praça Tahrir era tão terrível que podíamos sentir o cheiro do sangue. Os homens e mulheres que estão exigindo o fim da ditadura de 30 anos de Mubarak – vi jovens mulheres arrancando pedras do pavimento enquanto caíam rochas ao seu redor – lutavam com imensa coragem que, mais tarde, se converteu em uma crueldade terrível.
Por Robert Fisk
O governo brasileiro prepara, via Embaixada do Brasil no Egito, uma nota de protesto contra o governo do presidente egípcio, Hosni Mubarak. Na diplomacia internacional, o documento tem o valor de uma queixa formal. Nele, o embaixador do Brasil no Cairo, Cesário Melantonio Neto, vai reclamar do impedimento de um diplomata de dar assistência a brasileiros, em um hotel, e de agressões sofridas por jornalistas brasileiros no país.
Os nossos meios de comunicação e jornalistas não insistiram durante décadas que esses dois “países amigos”, Tunísia e Egito, eram “Estados moderados”? A horrível palavra “ditadura” não estava exclusivamente reservada no mundo árabe muçulmano (depois da destruição da “espantosa tirania” de Saddam Hussein no Iraque) ao regime iraniano? Como? Havia então outras ditaduras na região? E isso foi ocultado pelos meios de comunicação de nossa exemplar democracia?
Por Ignacio Ramonet
O Grupo de Trabalho do Foro de São Paulo divulgou nesta sexta-feira (4), na capital paulista, uma nota de apoio às manifestações populares contra o presidente egípcio Hosni Mubarak e seu regime, que ocorrem desde o início de janeiro no país africano.
Reunidos nesta sexta-feira (4) na Praça Tahril, principal local de concentração dos últimos protestos na cidade do Cairo, capital do Egito, manifestantes gritam palavras de ordem e pedem a saída do presidente egípcio, Hosni Mubarak.
O Ministério das Relações Exteriores expressou nesta quinta-feira (3) em nota oficial seu "protesto" contra a prisão de dois jornalistas da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), enviados ao Cairo para cobrir o movimento popular contra o regime político do presidente egípcio, Hosni Mubarak.