Durante os dias 3, 4 e 5 de dezembro os chilenos realizaram um grande funeral público para Victor Jara, em Santiago do Chile. Se passaram 36 anos de seu brutal assassinado para que, através de exames de DNA, fossem comprovadas as causas de sua morte: foi o resultado de múltiplos ferimentos na cabeça, no tórax, abdômem, braços e pernas. Foram 44 ferimentos à bala.
André, 3, e Priscila, 2, foram parar atrás das grades com a mãe no dia da promulgação do AI-5, sigla que entrou para a história como o ato institucional que escancarou a ditadura no Brasil, em 13 de dezembro de 1968. Depois, viveram clandestinos até 1976, sem saber ao certo o que estava acontecendo no país – e na família – ou mesmo o nome verdadeiro dos pais.
O comentarista Luiz Carlos Prates, da retransmissora da Rede Globo de Santa Catarina, RBS, defendeu a ditadura militar em comentário durante o Jornal do Almoço de segunda-feira (30). Ele analisava os 30 anos da Novembrada, manifestação popular realizada em Florianópolis em 30 de novembro de 1979, diante de uma visita do então presidente João Batista Figueiredo.
A juíza Tânia Lika Takeuchi, da 4ª Vara Federal Cível, de São Paulo, determinou a citação do senador Romeu Tuma (PMDB-SP), do deputado Paulo Maluf (PP-SP) em ação que visa responsabilizar autoridades pela ocultação de cadáveres de vítimas da ditadura militar. Outra ação deu 72 horas para que Estado e União se manifestem sobre ossadas sem identificação, que podem ser de mortos sob a ditadura, sepultadas em Perus.
A Operação Condor – articulação entre organismos de repressão política de ditaduras militares de Argentina, Chile, Brasil, Uruguai, Paraguai e Bolívia – foi tema de palestra na OAB/RJ, no dia 26. O assunto foi abordado pelo jurista paraguaio Martin Almada, preso político do regime de Alfredo Stroessner, e responsável pela descoberta dos arquivos da Operação quando trabalhava como consultor para a América Latina na Organização das Nações Unidas (ONU).
Nesta quinta-feira (26), cerca de 100 estudantes protestaram contra o novo reitor da USP (Universidade de São Paulo), João Grandino Rodas. Eles ocuparam o gabinete de Rodas que adiou sua posse para 25 de janeiro. Apesar de perder as eleições, Rodas foi nomeado pelo governador José Serra (PSDB). A decisão de Serra aprofunda a crise na USP e lembra a ditadura militar. Para professores, a decisão fere a autonomia universitária. Veja a reportagem exclusiva da TV Vermelho.
O deputado estadual Lula Morais informou que participou de reunião da Comissão de Anistia 64-68 Wanda Sidou, realizada hoje (27/11) pela manhã, na Assembleia. O evento teve como pauta o julgamento de concessões de anistia e indenizações a perseguidos políticos da Ditadura Militar.
O Ministério Público Federal em São Paulo ajuizou hoje duas ações na Justiça Federal pedindo a responsabilização do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) e do senador Romeu Tuma (PTB-SP) pela ocultação de cadáveres de desaparecidos políticos no período da ditadura, nos cemitérios de Perus e Vila Formosa. Veja íntegra da ação
Nesta quinta-feira (19), a “30ª Caravana da Anistia”, do Ministério da Justiça, julgará 55 casos de anistia em Volta Redonda, no Sul Fluminense do Rio de Janeiro. A Caravana tem como objetivo principal homenagear a Juventude Operária Católica (JOC), uma organização nacional da igreja, que, embora perseguida, lutou e contribuiu para as conquistas dos direitos democráticos do país.
De 18 de novembro a 30 de dezembro, a Biblioteca Nacional – localizada no centro do Rio – promove uma mostra para rememorar os 30 anos da Lei de Anistia. O objetivo é relembrar o fim de um dos períodos mais duros da história recente do país. A exposição terá cerca de 80 documentos referentes à ditadura militar brasileira.
Um documentário inédito, a ser exibido na quinta-feira à noite no Festival de Cinema de Brasília, contém uma revelação macabra feita por um ex-agente do DOI-Codi, o órgão de inteligência e repressão da ditadura militar: vários de suas vítimas tiveram os corpos esquartejados. Um deles, segundo um ex-agente, foi o ex-deputado Rubens Paiva (PSB). A informação está no jornal O Globo desta quarta-feira (18).
A alta-comissária da Organização das Nações Unidas (ONU) para Assuntos de Direitos Humanos, Navanethem Pillay, afirmou hoje (13) que o Brasil é o único país da América do Sul que não adotou medidas para enfrentar os abusos cometidos durante o regime militar.