Pensamos muito no déficit do orçamento público. Mas economistas esquecem de outros déficits mais relevantes, como o de emprego, o educacional, de infraestrutura, o sanitário, o climático, além do déficit democrático, associado diretamente à desigualdade.
Quase 40% dos alunos de escolas públicas não têm computador em casa, 98% acessam a internet pelo celular, e somente 14% das escolas públicas mantém plataforma online para aprendizagem, aponta pesquisa.
O brasileiro que combateu a fome no Brasil e no mundo, reflete sobre a desigualdade e a fome em tempos de pandemia.
Rede de Pesquisa Solidária divulga estudo com informações obtidas junto a lideranças de mais de 70 comunidades, bairros, territórios e localidades de alta vulnerabilidade social em seis regiões metropolitanas
Os mapas de disseminação da Covid-19 em Campinas (SP) apontam que há uma tendência de alastramento da doença no sentido centro-periferia, com incidência de mortes entre mais jovens.
Índice de Gini cresceu após surtos, e empregos básicos perderam mais.
Instalou-se a ideia de que “nada poderá voltar a ser como antes”. Alguns pensadores são demasiado otimistas, porque nenhuma pandemia pode constituir um fator de transformação radical da sociedade. O que virá depois depois de um abalo capitalista não depende de nenhuma especulação filosófica, depende – como afirmou Lênin – da existência, ou não, «de forças sociais e políticas que o façam cair».
A considerar como marco temporal a política do “crescer o bolo para depois dividi-lo”, a população brasileira está há mais de cinquenta anos à espera de algumas gotas da riqueza acumulada pelos super-ricos.
A sociedade está diante da oportunidade de continuar avançando em direção à ampliação dos direitos sociais. E a chave está em perceber que o esforço de guerra para enfrentar as crises sanitária e econômica pode ser direcionado à redução das desigualdades e pobreza.