Apesar do empenho dos veículos de comunicação – que apoiaram o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff e alçaram Michel Temer à Presidência da República – em transmitir algum otimismo, não há um sinal concreto de melhora dos indicadores econômicos. Muito pelo contrário, o desemprego aumentou, a arrecadação caiu e os investimentos foram reduzidos.
A volta da confiança na economia só existe mesmo nos discursos da equipe econômica de Michel Temer. A realidade é muito distinta daquilo que diz o governo sem votos. Levantamento do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), mostra que o setor de construção civil cortou 31,1 mil postos de trabalho em julho, o que representou uma queda de 1,13% no nível de emprego em relação a junho.
O desemprego é, hoje, um problema mundial e não uma exclusividade dos países subdesenvolvidos ou em vias de desenvolvimento. É certo que esses países sofrem mais com o desemprego, pois as suas redes de proteção social são extremamente frágeis.
Por Álvaro Sólon de França*, na Agência Sindical
Análise do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta permanência de "ritmo acelerado de deterioração" do mercado de trabalho no Brasil, atingindo principalmente o grupo de pessoas acima de 59 anos, jovens e empregados com carteira assinada. Na comparação entre o primeiro trimestre de 2014 e o segundo trimestre deste ano, há aumento generalizado da taxa de desemprego entre regiões e segmentos, nos recortes por sexo, faixa etária, situação familiar e escolaridade.
A fatura do boicote da então oposição ao governo da presidenda Dilma Rousseff está sendo pago pelo povo. A estratégia dos apoiadores do golpe, que apostaram no "quanto pior, melhor" – inclusive barrando a aprovação de matérias prioritárias para a gestão -, teve efeitos perversos no mercado de trabalho. De acordo com dados do Ministério do Trabalho, em 2015, o Brasil perdeu 1,51 milhão de postos formais, pior resultado desde 1985.
O projeto de reforma trabalhista sinalizado pelo atual governo brasileiro é uma "imposição dos interesses financeiros que comandam a economia do país", aponta Ricardo Antunes, professor de Sociologia do Trabalho da Unicamp e autor de diversos livros sobre o tema, entre eles "Sentidos do Trabalho", publicado no Brasil, na Argentina, nos Estados Unidos, na Inglaterra, Holanda, Itália, Portugal e Índia; e "Adeus ao trabalho?", editado no Brasil, na Argentina, Venezuela, Colômbia, Espanha e Itália.
A redução do desemprego depende da retomada da atividade mais geral da economia. E políticas públicas como o auxílio desemprego devem ser fortalecidos.
Por Paulo Kliass*
Número de pessoas a procura de trabalho é o maior desde o início da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.
Em assembleia na sede do Sindicato dos Metalúrgios do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), na manhã da segunda-feira (22), os trabalhadores da Mercedes-Benz aprovaram por unanimidade que o sindicato negocie alternativas para evitar demissões na montadora. Nesta terça-feira (23), às 10h, seria realizada uma assembleia na porta da fábrica.
A produção industrial e o número de empregados do setor caíram na passagem de junho para julho. É o que mostra a Sondagem Industrial, divulgada nesta sexta (19) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O levantamento foi feito com 2.532 empresas entre 1º e 11 de agosto.
Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada nesta quarta-feira (17) revelou aumento do desemprego em todas as regiões do país de abril a junho deste ano, em comparação com o segundo trimestre de 2015. Hoje são cerca de 12 milhões de trabalhadores que perderam os postos de trabalho. Na opinião das mais representativas centrais de trabalhadores, o governo interino de Michel Temer contribuiu para o agravamento do desemprego.
No governo antitrabalhador de Michel Temer, o desemprego continua a crescer e bater recordes. Mas, diferente do que acontecia com os indicadores negativos durante a gestão da presidenta eleita Dilma Rousseff, não há alarde na mídia, nem entre as forças que apoiam o golpe. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), taxa de desocupação subiu em todas as grandes regiões do país, fechando o segundo trimestre do ano em 11,3%, comparativamente ao mesmo período de 2015.