O Encontro Nacional da CTB Jovem debateu a realidade da juventude trabalhadora diante de problemas como o desemprego e a violência.
Segundo especialistas, ainda que garanta salário e benefícios, o contrato intermitente é mais precário do que o modelo convencional
Ao completar dois anos, “reforma” da legislação só colaborou para o aumento da informalidade
Informalidade e trabalho por conta própria bate novo recorde na série histórica registrada pelo IBGE
Projeção de pequena retomada do crescimento não prevê redução expressiva do alto desemprego e a renda deve continuar concentrada nas mãos dos mais ricos.
Notícias de perspectivas positivas para a economia desconsideram o rebaixamento do padrão de vida do brasileiro e a brutal concentração de renda.
A gestão Jair Bolsonaro desmentiu a própria gestão Jair Bolsonaro. Diferentemente do que prometeu o ministro Paulo Guedes (Economia), a Medida Provisória (MP) 905 – que cria o programa Verde Amarelo – não vai reduzir custo nem gerar empregos. Estudo da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia indica o contrário: o custo mensal do programa é mais alto que o próprio salário médio a ser recebido pelos trabalhadores. Para piorar, a MP pode até reduzir a produtividade na economia.
No Brasil, quase 11 milhões de jovens de 15 a 29 anos não estão ocupados no mercado de trabalho e nem estudando ou se qualificando, de acordo com a Pnad Contínua, suplemento Educação, realizada pelo IBGE. Esse grupo, que representa 23% da população do país nessa faixa etária, ficou conhecido como “nem-nem” – um termo que se tornou controverso e, por isso, seu uso vem sendo evitado.
Atualmente, 1 a cada 4 trabalhadores encontra-se na situação de subutilização do trabalho, constituindo o novo voluntariado em ascensão que sai das estatísticas do desemprego para adentrar à servidão moderna.
Por Marcio Pochmanne*
Passados quase 11 meses de governo Jair Bolsonaro, a estagnação da economia continua a condenar milhões de trabalhadores ao subemprego e à desocupação. Segundo o IBGE, a taxa de desemprego no País fechou em 11,6% no trimestre encerrado em outubro, totalizando 12,4 milhões de pessoas sem nenhum trabalho. Além disso, a quantidade de brasileiros sem carteira assinada e por conta própria – como vendedores ambulantes – bateu novo recorde. Nunca tivemos tanta informalidade no mercado de trabalho.
O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, comenta o crescente índice de desemprego no Brasil e o flagelo social que o país vive, agravado pela reforma trabalhista, em entrevista concedida à Agência Sindical.
"A causa do grande problema econômico brasileiro é o desemprego. Os problemas orçamentários do governo são apenas os sintomas. Nenhuma vez a palavra desemprego aparece nos pacotes lançados pelo governo nem na justificativa dessas medidas".