Seguimos reafirmando que não há cura para o que não é doença
As falácias utilizadas pelo judiciário que permitem uma brecha para que ocorra a "cura gay". E quais suas raízes históricas.
Por Christian Dunker* e Renan Quinalha **
A prefeitura de Campinas/SP, por meio da Secretaria Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência e Cidadania, divulgou nota de repúdio ao tratamento da homossexualidade como doença. Confira a nota:
No início da semana, o juiz federal da 14ª Vara do Distrito Federal Waldemar Cláudio de Carvalho concedeu liminar para que psicólogos possam oferecer a terapia de reversão sexual, conhecida como “cura gay”.
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) protocolou nesta terça-feira (19), requerimento no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pedindo processo administrativo contra o juiz do Distrito Federal Waldemar Cláudio de Carvalho, que liberou, por liminar, tratamento psicológico para curar a homossexualidade.
Os temas debatidos recentemente na Câmara dos Deputados já não surpreendem. Porém, nesta quarta-feira (24), um debate no mínimo inusitado foi discutido no Legislativo brasileiro. A polêmica na Comissão de Direitos Humanos da Casa referia-se a existência ou não de “ex-gays”. Para uma plateia formada, pela maioria, por parlamentares evangélicos, grande parte dos depoentes atribuíram a existência da homossexualidade por abusos na infância e a mudança de suas sexualidades a deus e à igreja.
Agressões físicas, uso de água gelada, dopagem e outros tipos de tortura e violações de direitos humanos são parte de um "tratamento” clandestino para "desintoxicar e curar” pessoas homossexuais no Equador. A existência de uma rede destes centros de reabilitação foi confirmada na quarta-feira (24) pela ministra de Saúde do país, Carina Vance.
Durante um debate promovido pela Consulta Popular no Sindicato dos Advogados de São Paulo, indaguei à professora Marilena Chauí como estavam sendo consideradas as reivindicações de reconhecimento dos direitos LGBT tanto pelas forças conservadoras como pelas forças progressistas da sociedade brasileira.
Propostas pouco respeitosas às crenças das pessoas ou à diversidade, em pleno século 21, como é o caso da “cura gay” da homossexualidade, deveriam ser sumariamente arquivadas (em razão da sua mais absoluta falta de consistência científica).
Por Luiz Flávio Gomes*, na Carta Maior
O presidente da Câmara, deputado Henrique Alves (PMDB-RN), vai devolver ao deputado Anderson Ferreira (PR-PE) o novo projeto que permite o tratamento das homossexualidade, chamado “cura gay”. A informação foi dada pelo secretário-geral da Mesa, Mozart Vianna. Segundo ele, cabe recurso do despacho do presidente ao Plenário. Na quarta-feira (3), Alves já havia anunciado que pretendia indeferir a tramitação do projeto.
O presidente da Câmara, deputado Henrique Alves (PMDB-RN), anunciou na noite desta quarta-feira (3), que pretende indeferir a tramitação do projeto do deputado Anderson Ferreira (PR-PE), que reapresentou o texto do projeto de lei que derruba a norma do Conselho de Psicologia proibindo o tratamento da homossexualidade, o chamado projeto da “cura gay”. O projeto foi apresentado nesta quarta-feira.