Neoclássicos/neoliberais veem a economia como sistema equilibrado de forças, à Newton. Insistem que ‘a oferta cria sua própria demanda’, não há crise de superprodução. Se o equilíbrio se rompe é devido às intervenções dos governos ou à concessão de crédito.
Por Fernando Nogueira da Costa*
Com desemprego em alta e nível de confiança baixo, o número de pessoas que buscaram crédito em abril caiu 15,1% na comparação com março deste ano. Em relação a abril do ano passado, a demanda do consumidor por crédito recuou 5,1%. No acumulado do ano, houve queda de 0,7%, de acordo com o Indicador Serasa Experian da Demanda do Consumidor por Crédito.
Em cenários de crise como a atual, não há mecanismo espontâneo de aumento do crédito que ajude a economia a se recuperar. Isso só é possível com políticas públicas que visem ao crescimento.
Por Jorge Mattoso e Pedro Rossi*
O governo adotou uma medida que pode estimular os bancos a oferecerem mais crédito imobiliário. Em reunião extraordinária, realizada na quarta (10), o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu uma resolução, divulgada nesta quinta (11), que permite uma melhor gestão das carteiras de crédito imobiliário dos bancos. As instituições financeiras ganharam um prazo de 12 meses para aplicar recursos de poupança no crédito imobiliário, quando venderem parte da carteira imobiliária.
A manutenção de empregos e a estabilização da economia são alguns dos impactos gerados pelas medidas anunciadas pelo governo da presidenta Dilma Rousseff após reunião desta quinta-feira (28) do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Sustentável (CDES), avalia o economista e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Guilherme Mello.
O presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Pastoriza, avaliou, nesta sexta (29), que as medidas de incentivo ao crédito anunciada pelo governo devem ajudar as empresas e, por conseguinte, a economia brasileira.
Para impulsionar a produção e recuperar o crescimento, o governo anunciou nesta quinta (28) medidas de estímulo ao crédito, que injetarão R$ 83 bilhões na economia. Algumas ações de estímulo foram anunciadas mais cedo pela presidenta Dilma Rousseff, no encerramento da reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão.
Como parte da estratégia para fazer a economia voltar a crescer ainda esse ano, o governo deve liberar cerca de R$ 50 bilhões em linhas de crédito do Banco do Brasil, BNDES e Caixa. De acordo com o Estado de S. Paulo, o anúncio deverá ser feito pelo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, na reunião de reabertura do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, nesta quinta (27).
O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo publicada neste domingo (10), afirmou que os bancos públicos, como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES, ajudarão a expandir a oferta de crédito na economia em 2016, principalmente para o setor da construção civil.
O governo publicou nesta segunda-feira (13) no Diário Oficial da União a Medida Provisória (MP) nº 681 que aumenta de 30% para 35% o limite do desconto do crédito consignado em folha de pagamento. O novo limite de renda é válido para empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aposentados, pensionistas e servidores públicos. O desconto é para o pagamento de empréstimos, financiamentos, cartão de crédito e operações de arrendamento mercantil (leasing).
Com taxas de juros mais altas, o saldo das operações de crédito deve crescer menos este ano. Segundo estimativa do Banco Central (BC), a expansão do crédito deve ficar em 9%, em 2015. A projeção anterior do BC, divulgada em março, era 11%. No ano passado, o crédito cresceu 11,3%. Essa será a menor taxa de crescimento do crédito desde 2003, quando ficou em 8,8%.
A procura das empresas por crédito caiu de 3,4% em maio na comparação com abril, conforme o Indicador Serasa Experian de Demanda das Empresas por Crédito. Em relação a maio do ano passado, a variação chegou a -6,5%. No acumulado do ano, comparado ao mesmo período de 2014, a demanda das empresas por crédito aumentou 4,1%.