Para o professor de Economia da UnB, elevação da taxa básica de juros da economia, além de ineficaz para conter os preços, recai sobre os trabalhadores, causando o aumento do desemprego.
Economista considera “inexplicável” que Copom tenha elevado a taxa de juros brasileira em um ritmo quatro vezes maior do que o Federal Reserve (BC americano).
Juros estão no maior nível desde abril de 2017, mas inflação continua aumentando, independente da demanda interna.
Oitavo aumento consecutivo deve manter 2022 com alto patamar de restrição ao crédito e desestímulo à atividade econômica.
“Estamos debaixo de uma política econômica que deprecia o setor produtivo e beneficia a especulação”, afirma Pedro Afonso Gomes, em entrevista à Agência Sindical.
Chefe do Departamento econômico da CNC e ex-diretor do BC, o economista acredita que, ao decidir sobre o patamar dos juros no país, o Copom deveria levar em conta, além da inflação, a atividade econômica e a trajetória da dívida brasileira.
A decisão do Banco Central, por um sétimo aumento expressivo da Selic, aumenta o custo do financiamento, desestimula a economia e inibe o crescimento econômico, diz a confederação.
Mais uma vez, o Boletim Focus projeta alta da inflação e queda da economia. “Prévia do PIB” do BC já aponta para recessão técnica, enquanto “posto Ipiranga” fala em crescimento
“Com esta decisão equivocada, o Banco Central prejudica ainda mais a já fragilizada economia do nosso país e só beneficia banqueiros e especuladores”, criticou, em nota, o presidente da Força Sindical.
Atividade econômica já demonstra sinais de enfraquecimento como resultado, em parte, das últimas decisões do Copom de aumentar a taxa básica de juros da economia, avalia a entidade.
Após crise na equipe econômica por discordâncias com quebra no teto de gastos, Guedes pressionou o Banco Central “autônomo” a aumentar juros para agradar o mercado.
Segundo cálculos do doutor em economia Paulo Kliass, uma elevação na Selic como a da última reunião do Copom, de 5,25% a.a. para 6,25% a.a., um ponto percentual, significa uma despesa de R$ 54 bilhões a mais em um ano para o governo.