No país em que o berço determina, uma renda mensal de 27 mil reais coloca o cidadão em um clube vip de 860 mil brasileiros.
Por André Barrocal
Com o aprofundamento da recessão econômica pelas políticas do governo Temer, a classe média, que nunca se recuperou completamente desde a crise global de 2008, vem cortando gastos e optando pela chamada "experiência doméstica" no tocante a itens de lazer. Restaurantes ou cinema passaram a ser luxos quase inacessíveis.
A classe média no mundo só faz crescer e hoje é formada por mais de 3 bilhões de pessoas, o que equivale a 40% da população global. O Brasil, contudo, vai na direção oposta. Depois da explosão dessa parcela da população entre 2000 e 2014, o país reduziu o número de famílias no segmento C, em meio à grave recessão. Em 2015 e 2016 mais de 4 milhões de famílias passaram às classes D e E.
Os extratos médios, diz o sociólogo, defendem de forma acrítica os interesses dos donos do poder e perpetuam uma sociedade cruel forjada na escravidão.
Por Sergio Lirio
No almoço de domingo um familiar grisalho e de bigode comentou, enquanto degustava uma costela bovina, a decisão do Supremo Tribunal Federal de que presos em celas superlotadas devem ser indenizados pelo Estado e proferiu um discurso indignado contra a possibilidade de ter de pagar indenização para estes vagabundos, em suas palavras.
Por Marcelo Mayora*, no Justificando
Vive de aparências e acha isso chique. E se tudo isso te parece apenas medíocre e inofensivo, não se engane: há garras e dentes. Pois é nela que é feita a engorda do ódio. É ela que legitima atrocidades
Por Maria Bitarello*, Outras Palavras
Vive de aparências e acha isso chique. E se tudo isso te parece apenas medíocre e inofensivo, não se engane: há garras e dentes. Pois é nela que é feita a engorda do ódio. É ela que legitima atrocidades.
Por Maria Bitarello*
O capital financeiro não dialoga com o capital cultural, o que mostra que o crescimento da renda foi muito mais rápido que o do nível educacional e o da expansão do repertório.
Renato Meirelles*
Nestes últimos anos foi aberto um intenso debate sobre o papel político da classe média na América Latina. Entretanto, este termo “classe média” é exageradamente ambíguo.
Por Alfredo Serrano Mancilla
Entre as muitas imagens das manifestações deste domingo (13), cujos motes principais foram "contra a corrupção", "fora Dilma" e "fora PT", uma viralizou nas redes sociais como simbólica da resistência de uma parcela da população às políticas sociais que são marcas dos governos petistas – e deixam muitos setores da direita insatisfeitos.
O rótulo de "classe média" é sedutor numa sociedade que ainda não conseguiu se desvencilhar de sua herança escravocrata que considera o trabalho como algo inferior e indigno. É muito mais atraente identificar-se como "classe média" do que como "trabalhador". No entanto, a vida real oferece a essa classe muito mais a exploração dos trabalhadores do que o glamour da burguesia.
Por Igor Pereira*
O economista Luiz Carlos Bresser-Pereira afirmou que não há motivos para um impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Segundo ele, as tentativas de derrubar a petista têm origem no “ódio” que a classe média tem do PT e no “oportunismo de alguns deputados”. Uma saída de Dilma “seria um caos”, avaliou. “Até eu iria para a rua. Nunca vou para a rua, sou um intelectual, mas se houvesse um impeachment com as razões que eles têm aí, pedaladas, TCU, eu iria”, disse ele, um dos fundadores do PSDB.