O candidato a presidente do Chile pela coalizão governista Concertación, Eduardo Frei, lançou ontem sua campanha para o segundo turno das eleições e disse que o pleito será uma "disputa valorosa".
Frei conseguiu 29% dos votos na primeira etapa do processo eleitoral, realizada no dia 13. O candidato mais bem colocado foi o opositor Sebastián Piñera, da Coalizão pela Mudança, que angariou 44% das preferências. Os dois voltam a se enfrentar nas urnas no dia 17 de janeiro.
Atual secretário-geral do Partido Comunista chileno e recém eleito deputado, Lautaro Carmona indica que um eventual governo do milionário da direita Sebastián Piñera irá aprofundar a política neoliberal. E que o candidato governista Eduardo Frei deve propor "direções claras e novas" se quiser ganhar no próximo dia 17 de janeiro.
O empresário Sebastián Piñera precisa conquistar 480 mil eleitores se quiser chegar à presidência do Chile no 2º turno, tornando-se o primeiro presidente de direita do país desde a saída do ditador Augusto Pinochet, há 20 anos. No 1º turno, realizado no último domingo, o candidato conservador obteve 44,05% dos votos. Já o voto da esquerda – somando-se os eleitores de Eduardo Frei, Marco Enriquez Ominami e Jorge Arrate – chega a 56%, o que contradiz a teoria de uma tendência direitista no Chile.
A filha do presidente chileno, Salvador Allende, deposto por Augusto Pinochet em 1973, Isabel Allende Bussi, diz que o passado não está superado no país, como sustenta a direita. Isabel foi eleita senadora pela coalizão de centro-esquerda Concertação no domingo. Em declarações, ela avaliou o bom desempenho da direita na eleição.
O Chile foi o único país, dos que tiveram ditaduras militares no cone sul, em que as forças da ditadura se reciclaram para um partido político, reivindicaram o período ditatorial e se constituíram em força quase majoritária, no período democrático. Em todas as eleições, o bloco de partidos neopichetista sempre conseguiu proporção alta de votos, em duas vezes foi derrotado por menos de 5 % dos votos no segundo turno.
Por Emir Sader, no site da Fundação Perseu Abramo
Com 99,42% das urnas apuradas no Chile, o candidato direitista Sebastián Piñera, (44%) enfrentará o candidato da Concertação, Eduardo Frei (29%) no segundo turno. O independente Marco Enríquez-Ominami reuniu 20% dos votos e liberou seus eleitores para votarem em quem desejarem. e o comunista Jorge Arrate teve 6%. Este último disse que não dará um cheque em branco para o segundo turno, mas apoiará Frei, que presidiu o país de 1994 a 2000.
Se, na disputa presidencial, as eleições chilenas não trouxeram muitas alegrias à esquerda, no pleito parlamentar, há sim o que comemorar. O Partido Comunista chileno conquistou uma grande vitória neste domingo, voltando a ocupar espaço no Congresso, após 36 anos de exclusão. Com expressiva votação, o presidente do PC, Guillermo Teillier, e seus colegas de partido Hugo Gutiérrez e Lautaro Carmona foram eleitos para a Câmara dos Deputados.
O marketing fez milagre com Sebastian Piñera. O empresário bilionário – que na eleição de 2005 era uma versão caricatural de si mesmo, e convocou os jornalistas, incluindo a que escreve estas linhas, para um passeio no zoológico enquato falava de seu projeto para o país ao lado dos macacos -, desta vez, azeitou a máquina comunicacional. Vejamos do que de trata.
Por Mercedes López San Miguel, em Página 12.
Após 59, 99% dos votos apurados (4,8 millhões), os números do segundo boletim das autoridades eleitorais do Chile indicavam que deve haver segundo turno entre o candidato da direita conservadora, Sebastián Piñera – que apresentava 44,23% – e o governista Eduardo Frei – até então com 30,5% da preferência do eleitorado.
Às vésperas de deixar o poder, a presidente do Chile, Michelle Bachelet, conta com 73% de aprovação popular, um número comparável ao do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Entre avanços e conquistas, ela deixa para seu sucessor também tarefas inacabadas. Entre elas, está uma reforma do sistema político chileno, que preserva distorções da era Pinichet.
O ex-presidente chileno Eduardo Frei (1994-2000), candidato governista à Presidência do país no pleito deste domingo (13), afirmou que os eleitores tomam uma decisão hoje sobre duas maneiras de ver o Chile. "Neste domingo definimos o futuro do país, são duas maneiras e duas visões do Chile. Nós não queremos um salto no vazio nem voltar ao passado, queremos um governo que se preocupe com o povo", disse Frei. A expectativa é de que os primeiros resultados saiam ainda na noite deste domingo.
Cerca de oito milhões de chilenos estão convocados neste domingo às urnas para escolher o presidente do país que sucederá a socialista Michelle Bachelet durante os próximos quatro anos. No pleito mais disputado desde a redemocratização do país, a expectativa é de que haja segundo turno. Metade do Senado, de 38 membros, também será renovado, assim como a totalidade da Câmara dos Deputados, de 120 assentos.