Instituição pediu que não sejam coibidas manifestações de cunho político nos blocos mineiros. Porta-voz da PM confirma pedido de que não fossem feitas manifestações nesse sentido.
“Se o acesso era a regra e o sigilo a exceção, prenuncia-se o inverso: o sigilo como regra e o acesso como exceção, caracterizando um ataque à liberdade de imprensa e ao exercício da cidadania”. Essa é a conclusão da Federação Nacional dos Jornalista ao analisar, em nota divulgada nesta quinta-feira (24), o decreto do presidente em exercício, Hamilton Mourão, que modifica a Lei de Acesso à Informação e amplia as possibilidade de que seja imposto sigilo secreto e ultrassecreto a dados públicos.
Fernando Brito, do blog Tijolaço, criticou a ação judicial do advogado Rodrigo Fux contra o chargista Aroeira por um desenho no qual Bolsonaro e Netanyahu aparecem com os braços formando uma suástica. O advogado acusa Aroeira de antissemitismo. Para Brito, a ação de Fux é uma estupidez. "Qualquer pessoa que seja capaz de montar um quebra-cabeças de duas peças entende que criticar alguém por comportamento nazifascistas é, ao contrário, uma atitude oposta a preconceitos contra o povo judeu", diz.
Jair Bolsonaro garantiu, no decreto que muda o estatuto do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), uma espécie de seguro para o caso do caixa do seu clã, o PM Fabrício Queiroz: está decretada a censura ao presidente, conselheiros e servidores do órgão; a partir de agora eles estão impedidos de manifestarem “em qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento no Plenário”
Em nota publicada nesta quarta-feira (2), a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) manifestou seu "veemente repúdio às restrições ao trabalho dos jornalistas e ao tratamento desrespeitoso dispensado aos profissionais durante a posse do presidente Jair Bolsonaro". A entidade relata vários absurdos cometidos pela segurança do evento e lembra que "nunca houve restrições ao trabalho dos jornalistas para a cobertura das posses dos presidentes eleitos pelo povo brasileiro"
"A resposta contundente do STF foi um recado para os entusiastas da vigilância. Por unanimidade, o tribunal julgou pela inconstitucionalidade das medidas da Justiça Eleitoral e determinou o respeito à liberdade de pensamento. Mais do que a correção do abuso, o tribunal assentou a autoridade de uma máxima: não há democracia possível sem pensadores livres e protegidos por uma universidade crítica, plural, autônoma e resistente”.
Por Juliana Diniz*
O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar há pouco se referenda a liminar na qual a ministra Cármen Lúcia suspendeu ações policiais e de fiscalização eleitoral nas universidades públicas durante as eleições.
Nesta quinta-feira (25) o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE) notificou o bispo auxiliar da Arquidiocese de Olinda e Recife, Limacêdo Antônio da Silva, acusando-o por propaganda eleitoral irregular. A acuação é de que Dom Limacêdo teria usado o momento da missa para fazer apologia a alguma candidatura e criticar o outro candidato. O religioso se defende: "pregar a palavra não é só falar o que está na Bíblia, mas traduzir para os tempos de hoje".
Guilherme Boulos, ex-candidato à Presidência pelo Psol, disse que "o Partido da Justiça entrou na coligação do PSL". OAB-RJ publicou nota de repúdio.
O ex-ministro da Educação, Aloizio Mercadante, repudiou as operações de agentes de Estado em universidades públicas por supostas propagandas eleitorais. De acordo com o ex-ministro, além de serem inaceitáveis, os casos de censura em universidades públicas brasileiras são característicos dos "estados de exceção a perseguição à autonomia universitária", disse em nota.
Com a proximidade do segundo turno, fiscais de tribunais eleitorais, policiais federais e militares, a mando de juízes ou seguindo a solicitação de estudantes, invadiram universidades públicas em todo o país para interrogar, intimidar e apreender materiais, além de ordenar a retirada de comunicados do ar. As ações foram denunciadas como arbitrárias por professores, estudantes e a OAB.
O candidato de extrema direita, Jair Bolsonaro, começa a emular a cruzada do presidente Donald Trump contra a imprensa tradicional. Ele lançou, nesta quarta-feira, uma ameaça direta ao principal jornal brasileiro em circulação no Twitter.
Por Beá Lima e Naiara Galarrga Gortázar, no El País