Cantor lamentou proibição de show na ocupação do MTST: "Dá a impressão que não é um ambiente propriamente democrático”. Boulos diz que resposta virá nesta terça-feira (31), com marcha até o Palácio dos Bandeirantes.
Cerca de 72 mil pessoas entraram numa máquina do tempo, nesta quinta (20), em São Paulo, na primeira apresentação da turnê do U2 que celebra 30 anos do álbum The Joshua Tree. O clima de nostalgia, com amigos não tão jovens abraçados e cantando em coro, disputou espaço com a sensação de que o presente ainda tem muito de passado. Continuamos sem acreditar nas notícias de hoje, desse tempo em que a banda irlandesa ainda precisa protestar contra a censura e em defesa das mulheres.
Não é a primeira vez que obras de arte se tornam alvo de censura por tocarem em temas considerados tabu e que, na opinião de uma parcela da população, devem permanecer ocultos. Quais seriam os parâmetros para avaliar o recente aumento de repúdio e/ou censura a certas práticas artísticas?
A novela em torno das criticadas mostras de Porto Alegre, com o “Queermuseu”, e de São Paulo, no Museu de Arte Moderna, com a performance de um homem nu, ganhou mais um capítulo esta semana. Em um debate promovido pelas comissões de Cultura e de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, deputados levantaram a voz e partiram para cima do ministro da Pasta, Sérgio de Sá de Leitão, e do deputado Glauber Braga (PSol-RJ), o que levou ao encerramento do debate antes do previsto.
O ativismo moralizador que grassa em certos setores sociais tem aumentado e preocupado outros setores por estar incluído nesse ativismo exigências ligadas à censura sobre obras artísticas de legítimas e didáticas qualidades estéticas.
Franklin Cunha*
Os constantes protestos em exposições artísticas no Brasil não passam de uma mirabolante e bem pensada cortina de fumaça.
Uma onda de censura e perseguição à cultura toma conta do país. Um movimento obscurantista que já condenou exposições de artes plásticas, peças de teatro e outras manifestações artísticas.
Prossegue a mobilização pública contra a censura às exposições de artes que vem acontecendo em algumas cidades brasileiras. Nesta quinta-feira (12) será realizado no Rio de Janeiro o Ato pela Liberdade #CensuraNuncaMais. A partir das 10h da manhã uma programação com música, oficinas culturais, rodas de conversa repudiam os ataques de parlamentares de bancadas fundamentalistas e também do Movimento Brasil Livre (MBL). Clique AQUI para mais informações sobre o ato.
Com abertura marcada para esta sexta (6) no centro cultural Oduvaldo Vianna Filho (o Castelinho do Flamengo), na zona sul do Rio de Janeiro, a exposição Curto-circuito (com trabalhos sobre diversidade sexual) foi adiada por tempo indeterminado
Em missa no templo da universidade, o padre William Barbosa Viana disse que não foi o único que buscou oferecer apoio espiritual ao reitor Luiz Carlos Cancellier e teve o acesso negado.
Curador da Queermuseu, Gaudêncio Fidélis, mostra censurada, rebate críticos e cobra reação. Ele, Paula Lavigne e dezenas de artistas se unem em resposta à onda conservadora contra exposições
Imprensa não aprendeu com o golpe de 1964, que apoiou e depois sentiu o peso da censura. Agora, flerta com os obscurantistas. Aceita o risco de mais adiante vir a ser também uma de suas vitimas.
Por Laurindo Lalo Leal Filho*