A 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) suspendeu o processo criminal contra 429 bombeiros e dois policiais militares que ocuparam o quartel central da corporação no dia 3 de junho, durante manifestação por melhores salários. A medida vale para todos os denunciados pelo Ministério Público Militar.
Mais de mil bombeiros do Rio de Janeiro são esperados na Câmara nesta terça-feira (12) para pressionar pela votação, em segundo turno, das propostas de piso salarial nacional para policiais e bombeiros. Os líderes da categoria têm reunião marcada, na tarde desta terça-feira com integrantes da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado.
O governo do Rio de Janeiro anunciou no dia 6 a concessão de auxílio-transporte e gratificação para bombeiros do Rio. No caso do auxílio-transporte, o benefício, no valor de R$ 100, vai contemplar 11.975 militares. Já as gratificações, no valor de R$ 350, são destinadas a 10.143 bombeiros. Porém, para os bombeiros nada mudou. Eles exigem vale transporte para todos e o fim das gratificações.
O movimento dos bombeiros conseguiu avanços significativos, na opinião de Nilo Guerreiro, presidente da Associação de Cabos e Soldados do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. Em entrevista à Rede Brasil Atual, ele avalia que o governador Sérgio Cabral "recuou para pensar melhor" e está tentando analisar a situação dos militares. A adoção de uma postura mais flexível era uma condição reivindicada desde o início das mobilizações da categoria.
Através de sua conta no Twitter, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, informou que sancionou, nessa quarta-feira (29), a anistia para os 439 bombeiros que ocuparam o quartel central da corporação, no último dia 03 de junho. Utilizando o microblog, Cabral divulgou que o reajuste de 5,58%, além do uso de 30% do Fundo Especial do Corpo de Bombeiros (Funesbom) para gratificações também foram sancionadas.
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), admitiu, nesta quarta-feira (28), que errou ao chamar os bombeiros grevistas de “vândalos” após a ocupação dos militares no Quartel Central da corporação. "Os dois lados erraram. Faltou comunicação nossa com os líderes do movimento. Os bombeiros erraram quando radicalizaram, e eu errei quando chamei os bombeiros de vândalos. Outro erro deles foi levar crianças para manifestações", disse o governador em entrevista à Rádio CBN.
A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou nessa terça-feira (28) a antecipação das parcelas referentes aos meses de agosto a dezembro do reajuste aprovado para policiais civis e militares, bombeiros e inspetores de Segurança do Estado há um ano. Em julho, a antecipação já contará com o aumento de 5,58%. As negociações sobre o aumento salarial foi o motivou o Corpo de Bombeiros na realização da manifestação que acabou com 429 bombeiros e dois PMs presos no começo do mês de junho.
No dia 26, os bombeiros realizaram mais uma manifestação em defesa da anistia dos mais de 400 bombeiros que ocuparam o quartel central da corporação no começo de junho.
No início do mês, cerca de 2 mil bombeiros ocuparam um quartel no Rio de Janeiro, numa das mais graves manifestações de protesto envolvendo corporações militares nos últimos tempos. A crise dos bombeiros do Rio poderá não ser um caso isolado. A demora na votação da PEC 300, que cria o piso salarial nacional para policiais e bombeiros militares, pode fazer com que o rastilho aceso no Rio de Janeiro se espalhe pelo país. É o que alertam dois deputados envolvidos com o tema no Congresso Nacional.
A orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, recebeu um mar de pessoas vestidas de vermelho no dia 12. Mais de 27 mil pessoas participaram do ato em solidariedade aos bombeiros.
Os bombeiros do Rio fizeram neste domingo (12) uma passeata na praia de Copacabana como parte do movimento que reivindica melhores salários para a categoria. A manifestação contou com apoio da população carioca, de bombeiros de outros estados e de países da América do Sul, além de policiais militares, servidores públicos e parentes dos militares.
Livres depois de uma semana de prisão, os mais de 400 bombeiros perseguidos a partir de uma justa e pacífica manifestação por melhores salários desfilaram neste sábado (11) como heróis pelas ruas da região metropolitana Rio de Janeiro. Depois de deixarem o quartel de Charitas, em Niterói, eles foram aplaudidos por moradores da cidade e ouviram as buzinas dos motoristas que passavam pela região.