O contribuinte, que de fato paga por todas as operações do Banco Central, sejam elas positivas ou negativas, não terá mais influência sobre a instituição – nem mesmo indiretamente, pelos seus representantes eleitos democraticamente.
Sem o devido debate com a sociedade, senador Rogério Carvalho (PT-SE) afirma que a proposta entrega a política monetária do país ao sistema financeiro, afastando a vontade popular do BC.
O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, avaliou nesta segunda (2) que é "viável" a aprovação, no Congresso Nacional, de proposta que prevê autonomia do Banco Central ainda neste semestre, antes da "turbulência do período eleitoral". Trata-se de mais uma tentativa de entregar à raposa o comando do galinheiro.
Preocupados com o futuro da economia brasileira, os bancários e outras categorias, movimentos sindical e social realizaram protesto, nesta quinta-feira (02/10), contra uma possível independência do Banco Central. Segundo o presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza, isso seria uma espécie de terceirização do governo”.
A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) na Bahia convoca os sindicatos da base para grande manifestação contra a autonomia do Banco Central. A atividade acontece na quinta-feira (02/10), em frente à sede do banco, na Garibaldi, em Salvador, a partir das 10h.
Dar autonomia ao Banco Central pode significar a interdição completa da agenda de uma reforma tributária progressiva, que contribua com a justiça social. Quem afirma é o professor da Pós-graduação em Políticas Públicas da Universidade de Brasília (UnB), Evilasio Salvador, autor do estudo “As implicações do sistema tributário brasileiro nas desigualdades de renda”, lançado na última quinta-feira (11) pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc).