Professor de Relações Internacionais da PUC-SP, Reginaldo Nasser critica a resposta militar aos atentados em Paris. Segundo ele, grupos como o Estado Islâmico deveriam ser combatidos pela via econômica – cortando verbas e armas. Ao Vermelho, ele denuncia certa “cumplicidade” entre os que praticam terrorismo e aqueles que afirmam combatê-lo. Para Nasser, por trás do discurso da reação ao terror, há a tentativa de justificar intervenções em outros países e fomentar uma pujante economia de guerra.
Desde a segunda-feira 16, o presidente da França, François Hollande, vem tentando construir uma resposta aos atentados de 13 de novembro em Paris, classificados por ele como um "ato de guerra" do Estado Islâmico. Seu discurso equivale a uma cópia mal-feita do neoconservadorismo norte-americano liderado por George W. Bush e consiste, basicamente, em tratar o problema do terrorismo como uma questão securitária e militar, um conflito armado.
Sempre que o ocidente é atacado, nossa memória é apagada. Esquecemos das atrocidades que cometemos e que apoiamos a Arábia Saudita. Não foi apenas um dos agressores que sumiu depois do massacre de Paris. Três nações cuja história, ação – e inação – ajudam a explicar o abate do Estado Islâmico escapam dos holofotes dessa resposta quase histérica pros crimes contra a humanidade que ocorreram em Paris: Argélia, Arábia Saudita e Síria.
Por Robert Fisk, no The Independent
Depois de viver uma noite de horror na sexta-feira, 13 de novembro, Paris descobriu que os oito terroristas que semearam a morte antes de se suicidarem pertenciam à mesma geração da maioria das 129 pessoas mortas em locais de lazer como cafés e restaurantes, casa de show e estádio de futebol.
Por Leneide Duarte-Plon
Neste momento, estou no Iraque, em Dohuk. Neste país que foi desmembrado, com suas comunidades e confissões religiosas lançadas umas contra as outras, por uma guerra desejada pelos Estados Unidos em 2003.
Os ataques terroristas perpetrados pelo Estado Islâmico, em Paris, são abomináveis e medonhos. Ataques massivos e aleatórios contra alvos civis, fora de qualquer cenário bélico, constituem regressão inaceitável diante dos acordos contra a barbárie forjados no século 20.
Por Breno Altman, no Opera Mundi
Na noite da última sexta-feira (13), ao menos 129 pessoas morreram e mais de 350 ficaram feridas em Paris (França) após ataques terroristas em locais turísticos e de grande movimento da cidade, os atos foram reivindicados pelo grupo Estado Islâmico (EI).
Em nota distribuída nesta segunda-feira (16), o Conselho Mundial da Paz, presidido pela ativista brasileira Socorro Gomes, repudiou os atentados realizados em Paris na última sexta-feira (13) e as políticas imperialistas de ingerência e de "guerras por procuração" que alimentam as redes terroristas.
O principal erro da França é renunciar a uma aliança com a Rússia na luta contra o grupo jihadista Estado Islâmico, afirma François Fillon, ex-primeiro-ministro francês e um dos líderes do maior partido de oposição do país.
Os ataques terroristas em Paris na última sexta-feira (13) chocaram a humanidade. Despertaram um justo sentimento de indignação, concentraram as atenções da opinião pública, motivaram pronunciamentos de chancelarias, chefes de Estado e de governo, independentemente do seu perfil e caráter político.
* Por José Reinaldo de Carvalho
O Partido Comunista do Brasil dilvulgou neste domingo nota oficial condenando os atentados terroristas ocorridos em Paris na sexta-feira (13), aos quais chama de "crime abominável de lesa-humanidade", bem como a ação terrorista ocorrida em Beirute, que matou mais de 40 pessoas.
O movimento de resistência libanesa Hezbolá (Partido de Deus) e os movimentos palestinos Hamas, no poder na Faixa de Gaza, e Jihad Islâmica condenaram no sábado (14) os atentados de sexta-feira (13) à noite em Paris. Os ataques foram reivindicados pelo grupo terrorista Estado Islâmico.