A proposta do líder do Governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), de “fatiar” o reajuste dos aposentados foi recebido “com simpatia” pelo líder do Bloco de Esquerda, deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA). Já o presidente da Confederação Brasileira dos Aposentados (COBAP), Warley Martins Martins, declarou que é terminantemente contra a proposta. A votação da matéria está prevista para a próxima terça-feira (27).
Os aposentados vão ter que esperar até o próximo de 27, quando está prevista a retomada da discussão e votação da Medida Provisória que reajuste as aposentadorias acima de um salário mínimo. As lideranças da Câmara e do Senado não chegaram a um acordo sobre o índice e a matéria não foi votada nesta quarta-feira (14) como estava previsto.
A polêmica matéria sobre o reajuste dos aposentados pode ser votada ainda nesta terça-feira (13), na Câmara dos Deputados. Os líderes partidários negociam para fazer valer o pré-acordo feito na semana passada com os senadores da base aliada. “O que tem de mais vantajoso nesse acordo é a possibilidade de entendimento entre as duas Casas do Congresso e as entidades que representam os aposentados e não haver risco de ser vetado”, avalia o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA).
Acordo com líderes do Senado facilitará a votação na Câmara da Medida Provisória que reajusta as aposentadorias e pensões, nesta terça-feira (13). A prioridade do Plenário, até maio, deve ser votar as Medidas Provisórias que obstruem a pauta.Na semana passada, os líderes da base aliada no Senado concordaram que o reajuste dos benefícios da Previdência não deve ser superior a 7,7%. Esse percentual equivale a concessão de um aumento igual a 80% do PIB (Produto Interno Bruto) de 2008.
O ciclo político iniciado com a eleição do presidente Lula colocou em pauta o enfrentamento da dura herança de desigualdades que a República brasileira das elites acumulou ao longo de sua construção. Não é sem razão que os trabalhadores arrepiam ao lembrar das políticas neoliberais do governo anterior de Fernando Henrique que lhes trouxe graves prejuízos.
Por Jô Morais*