O presidente afegão, Hamid Karzai, ampliou a vantagem nesta quarta-feira (26) sobre o rival Abdullah Abdullah na contagem de votos da eleição da semana passada, com cerca de 17% das urnas apuradas, informaram autoridades.
Frédéric Bobin, enviado pelo jornal francês Le Monde a Cabul, diz que a eleição presidencial desta quinta-feira (20) foi "manchada por múltiplas fraudes, segundo a oposição e a maior parte dos observadores". Fahim Dasthy, chefe de redação do semanário oposicionista Kabul Weekly, prevê que "as pessoas sairão às ruas no caso de uma reeleição de Hamid Karzai. Ninguém poderá controlá-las."
Mais de 300.000 soldados e policiais (100.000 da Otan e da Força "Liberdade Duradoura", exclusivamente constituída por tropas estadunidenses) foram mobilizados para garantir o caráter "democrático" do processo. Mas o espectáculo não se desenrolou de acordo com o programa.
Por Miguel Urbano Rodrigues, para ODiario.Info
A Comissão Eleitoral do Afeganistão finalizou a contagem de votos, que situou entre 40% e 50% do total, e rechaçou a vitória presidencial no primeiro turno de Hamid Karzai ou Abdullah Abdullah como festejaram nesta sexta-feira (21) seus partidários.
Começa a ser claro que a nova estratégia imperial desenhada por Barack Obama para o Afeganistão pretende descartar-se de Karzai, até aqui a representar o papel de presidente do Afeganistão. A farsa eleitoral que hoje se realiza pode ser uma boa oportunidade, embora haja sempre recurso a um golpe de Estado, como o apoiado por John Kennedy no Vietnã em 1963, que levou à destituição e assassinato de Ngo Dinh Diem, presidente-marionete do imperialismo norte-americano do Vietnã do Sul.
Por M. K. Bhadrakumar*, publicado no Diario.Info