Comandante do Exército: Cortes comprometem segurança nas fronteiras
Após a cerimônia de apresentação dos oficiais-generais promovidos, no Palácio do Planalto, com a participação de Michel Temer, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, disse que a falta de verbas está comprometendo ações de segurança nas fronteiras e o desenvolvimento de ações sociais por parte dos militares.
Publicado 15/08/2017 12:56
“[A segurança das fronteiras] fica comprometida, bem comprometida. As operações de fronteira já estão sendo reduzidas. Porque na medida em que falta combustível e outros insumos necessários, se torna impossível prosseguir no mesmo ritmo que estava antes”, disse Villas Bôas.
Segundo o general, as restrições orçamentárias já estão prejudicando as “capacidades essenciais” das tropas. “Também a nossa capacidade de desenvolver ações sociais, por exemplo, a entrega de água no Nordeste. São 4 milhões de pessoas [atendidas]. Nos preocupa muito que a nossa capacidade de atender essas demandas seja comprometida.”
O general descartou o fechamento de unidades militares, mas afirmou que poderá haver redução de expediente em algumas bases. “Unidades não serão fechadas, pelo menos por enquanto. É muito perigoso criarmos vazios. Mas pode haver redução de expediente, o que é extremamente desconfortável. Vamos tentar evitar isso”, disse Villas Bôas.
O governo Temer bloqueou o orçamento de R$ 5,9 bilhões, que afetou diversas áreas. Mas no discurso durante a cerimônia, Temer falou justamente sobre a segurança nas fronteiras. “Sabemos sempre poder contar com as Forças Armadas, em primeiro lugar, para aquela que é sua principal atribuição: a proteção de nosso vasto território, de nosso imenso litoral, de nossas imensas riquezas”, disse.
“Muitas vezes, tenho tido o privilégio de acompanhar nossos militares em operações em fronteiras remotas do país. Nessas ocasiões, além de constatar o trabalho essencial de defesa da nossa soberania, verifico o papel que nossas Forças Armadas desempenham na área social”, acrescentou.