Maior doador da campanha de ministro da Saúde é dono de plano
O ministro da Saúde do gabinete dos sem voto, Ricardo Barros (PP), disse em entrevista à Folha de S. Paulo nesta terça-feira (17), defendeu os planos de saúde privados e atacou o direito constitucional de saúde pública e universal, priorizando a regulação dos planos de saúde.
Publicado 17/05/2016 17:10
“Quanto mais gente puder ter planos, melhor, porque vai ter atendimento patrocinado por eles mesmos, o que alivia o custo do governo em sustentar essa questão”, disse o ministro. "Vamos ter que repactuar, como aconteceu na Grécia, que cortou as aposentadorias, e em outros países que tiveram que repactuar as obrigações do Estado porque ele não tinha mais capacidade de sustentá-las", completou.
Em outras entrevistas, Barros criticou o programa Mais Médicos e chegou a dizer que a pílula do câncer poderia ser aprovada mesmo sem comprovação científica, em razão do "efeito placebo"
Todas essas declarações ganham um certo sentido quando verifica-se que o maior doador individual da campanha de 2014 para deputado federal de Ricardo Barros, foi ninguém menos que Elon Gomes de Almeida, sócio do Grupo Aliança, administradora de benefícios de saúde.
Elon bancou do próprio bolso R$ 100 mil para a campanha do minsitro. Com registro na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Aliança Administradora de Benefícios de Saúde se propõe a oferecer a contratação coletiva de planos de assistência médica e odontológica para empresas privadas; associações civis; conselhos; cooperativas; sindicatos e outras entidades de classe representativas da sociedade civil.