Serra defende entrega do pré-sal ao capital
O senador José Serra (PSDB-SP), em entrevista publicada nesta quinta-feira (5) no Estadão, afirma que a Petrobras tem “excesso” de diversificação e defende a venda de ativos que, segundo ele, dão prejuízo, como por exemplo, o pré-sal.
Publicado 05/02/2015 11:56
Serra afirma que a estatal deve se resumir em “explorar e produzir petróleo”. “Hoje, ela atua na distribuição de combustíveis no varejo, nas áreas de petroquímica, fertilizante, refinaria, meteu-se em ser sócia de empresa para fabricar plataformas e investiu até em etanol, justamente quando a política de contenção de preços da gasolina arruinava o setor. O que dá prejuízo precisa ser enxugado”, disse ele. Quando o repórter pediu para que ele definisse esse “enxugado”, Serra revela seu verdadeiro interesse: “Vendido, concedido ou extinto”.
O senador ignora o fato de que sem a atuação da Petrobras nenhum destes setores teria se desenvolvimento, já que a iniciativa privada, principalmente os cartéis internacionais do petróleo, não se interessa no avanço dessas plataformas. Além disso, as ações estratégicas da Petrobras tem efeito multiplicador gerando uma política de conteúdo nacional, milhares de empregos qualificados na construção naval, na indústria de equipamentos, na siderurgia, na metalurgia, na tecnologia.
Primeiro passo tucano: pré-sal
Segundo o senador tucano, a primeira tarefa é revisar o modelo do pré-sal. “Tem que começar pela revisão do modelo do pré-sal: retirar a obrigatoriedade de a empresa estar presente em todos os poços, ser a operadora única dos consórcios e ter que suportar os custos mais altos da política de conteúdo nacional”.
Cobiçada há anos pelos cartéis internacionais do petróleo, a Petrobras é a maior empresa da América Latina, inclusive a de maior lucro, com mais de U$ 10 bilhões. A estatal foi a maior produtora de petróleo do mundo, ultrapassando a norte-americana Exxon. E a extração de petróleo do pré-sal, que Serra quer entregar, já passa de 500 mil barris por dia.
Da redação do Portal Vermelho
Com informações do Estadão