Dilma recebe no Chile prêmio personalidade latina de 2014
Uma entrevista concedida pela presidenta Dilma Rousseff ao Grupo de Diários América (GDA) teve forte repercussão no Brasil. Neste domingo (21) o jornal chileno El Mercurio publicou uma reportagem em que a presidenta diz que o Brasil não vive uma "crise de corrupção", quando perguntada sobre a Operação Lava Jato.
Publicado 22/12/2014 10:42
A entrevista foi realizada após a presidenta ter recebido o prêmio Personagem Latino-americana de 2014, pelo GDA. A escolha de Dilma foi feita antes do anúncio da reaproximação diplomática entre Estados Unidos e Cuba.
Ao jornal, Dilma declarou: "O Brasil não vive uma crise de corrupção, como dizem alguns. Nos últimos anos, começamos a pôr fim a um largo período de impunidade. Isso é um grande avanço para a democracia brasileira (…). Como já disse, é a Polícia Federal do meu governo que conduz as investigações sobre a corrupção na Petrobras. Foram essas investigações que levaram ao desmantelamento de um esquema do qual se suspeita que tem décadas de existência, com anterioridade aos governos do PT". A presidenta também disse se "indignada" com as denúncias de corrupção dentro da Petrobras. Ela garantiu que os envolvidos serão "castigados" pois não há "intocáveis" em seu governo.
"Quero ressaltar que somos nós, do meu governo, que temos liderado o processo contra a impunidade no Brasil, pondo fim a uma era de ilícitos que se ocultavam debaixo do tapete. Eu mesma despedi, três anos antes das investigações, o diretor [Paulo Roberto Costa] que confessou diante da Justiça a confirmação do esquema de desvio de dinheiro na Petrobras", declarou ao jornal.
Sobre a reaproximação entre Estados Unidos e Cuba, Dilma falou: "É uma expressão de que isso já poderá se constatar na Cúpula das Américas, em abril, no Panamá. O encontro e o aperto de mãos de [Raúl] Castro e [Barack] Obama será o símbolo de que algo novo está ocorrendo no nosso continente".
Premiados
O grupo de editores elegeu em segundo lugar como a personagem da América Latina em 2014 o presidente uruguaio José Mujica, além de Evo Morales, presidente da Bolívia e os 43 de Iguala, grupo de estudantes mexicanos desaparecidos após uma manifestação.
Com informações do Jornal do Brasil