Corrupção do trensalão tucano desviou pelo menos R$ 834 milhões em SP
A conta-gotas a imprensa noticia o indiciamento da Polícia Federal no caso do trensalão tucano em São Paulo. A investigação do que eles chamam de cartel de empresas, justamente para tirar o cunho da participação política no caso, mostra que foram fraudadas licitações de trens entre 1998 e 2008, durante os governos do PSDB, em que foram desviados pelos menos R$ 834 milhões.
Publicado 05/12/2014 10:48
Entre os 33 indiciados por crimes de corrupção ativa e passiva, formação de cartel, crime licitatório, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, está ninguém menos que o presidente da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), Mário Manuel Bandeira, por envolvimento no esquema.
Além de Bandeira, também foram indiciados o atual gerente de Operações da CPTM, José Luiz Lavorente, e ex-diretores da companhia de trens, como João Roberto Zaniboni e Ademir Venâncio de Araújo.
Empresas investigadas por cartel são doadoras da campanha de Alckmin
Para Serra, cartel não é crime, “é apenas monopólio”
Entre as empresas estão Siemens, Alstom, CAF, Bombardier, Daimler-Chrysler, Mitsui e TTrans. Um dos executivos envolvidos é Adilson Primo, que presidiu a Siemens de 2001 a 2011. O consultor Arthur Gomes Teixeira é acusado de ser o intermediário do pagamento de propina das empresas para os servidores públicos.
De acordo com as investigações da PF, o suborno era pago para que as companhias fossem favorecidas em licitações e contratos públicos. O relatório encerra o inquérito relativo a suspeitos que não ocupam cargos políticos e que não possuem foro privilegiado. O processo será encaminhado ao Ministério Público.
E os políticos envolvidos?
A investigação quanto ao envolvimento de políticos no esquema foi desmembrada do inquérito da Polícia Federal e está em curso no STF (Supremo Tribunal Federal), em razão da regra do foro privilegiado para congressistas. No entanto, diferentemente do caso da Petrobras, os vazamentos seletivos de depoimentos de delação premiada envolvendo políticos não ocorrem.
Entre os investigados estão os deputados federais José Aníbal (PSDB-SP) e Rodrigo Garcia (DEM-SP). O senador eleito e ex-governador de São Paulo José Serra também depôs como investigado, depois de ser citados por um executivo de uma multinacional.
O inquérito foi aberto em 2008, mas somente em 2013 avançou depois da delação premiada feita pela Siemens, multinacional lema, ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) em que admitiu participar de um conluio com outras empresas do setor de trens para fraudar licitações do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) de 1998 a 2008.
Da redação do Portal Vermelho
Com informações de agências