Morre o escritor colombiano Gabriel García Márquez
Rodeado de parentes e amigos, morreu na tarde desta quinta-feira (17), na Cidade do México, o escritor colombiano Gabriel García Márquez. Ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1982, o escritor e jornalista morreu em casa, aos 87 anos.
Publicado 17/04/2014 18:10
Considerado o criador do realismo mágico na literatura latino-americana, García Márquez, apelidado pelos amigos de Gabo, foi um dos mais importantes escritores da América Latina. Nascido em 6 de março de 1927 na cidade de Aracataca, na Colômbia, morava no México havia mais de três décadas.
Autor de Cem Anos de Solidão, O Amor nos Tempos do Cólera, Crônica de uma morte anunciada e tantos outros livros que se tornaram best-sellers ao redor do mundo, Gabo começou a escrever como jornalista, no jornal El Universal, em Cartagena.
Foi correspondente internacional duas vezes: a primeira em 1958, na Europa, e a segunda em 1961, em Nova York, onde foi perseguido pela CIA por suas críticas a exilados cubanos e suas ligações com Fidel Castro. Com o irmão, Jaime Abello, fundou em 1994 a Fundação Neo Jornalismo Iberoamericano.
Seu primeiro livro, La Horajasca, foi publicado em 1955 e apresenta pela primeira vez o povoado fictício de Macondo, onde mais tarde seria ambientada a história de Cem Anos de Solidão. Publicado em 1967, o livro é considerado o mais importante da carreira de García Márquez e também a segunda obra mais relevante de toda a literatura hispânica, ficando atrás apenas de Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes. Cem Anos de Solidão já vendeu cerca de 30 milhões de exemplares em 35 idiomas.
Em 1982, García Márquez foi escolhido o vencedor do Nobel de Literatura “pelos seus romances e contos, em que o fantástico e o real se combinam num mundo densamente composto pela imaginação, refletindo a vida e os conflitos de um continente”, segundo o comitê. Foi o segundo latino-americano a receber o prêmio, tendo sido o chileno Pablo Neruda o primeiro.
Depois do Nobel, García Márquez publicou livros como O Amor nos Tempos do Cólera, Notícia de um sequestro e sua autobiografia, Viver para Contar, de 2002. Seu último livro, Memórias de minhas putas tristes, foi escrito e lançado em 2004. Em abril de 2009, o escritor anunciou que iria se aposentar e não publicaria mais nenhum livro. A notícia foi confirmada em 2012, quando seu irmão anunciou que Gabo sofria de demência, havia perdido a memória e não voltaria a escrever.
Vida pessoal
Os pais de García Márquez chamavam-se Gabriel Eligio García e Luisa Santiaga Márquez e tiveram, além dele, dez filhos. Quando seus pais se mudaram para Barranquilla, em 1929, o escritor permaneceu em Aracataca e passou a morar com os avós, Doña Tranquilina Iguarán e o coronel Nicolás Ricardo Márquez Mejía, que teriam inspirado personagens de Cem Anos de Solidão.
Em 1958, após retornar da Europa, casou-se com Mercedes Bacha, um amor de infância, com quem teve dois filhos: Gonzalo e o cineasta Rodrigo.
A produção literária de Gabriel García Márquez foi enorme, entre livros, contos e trabalhos jornalísticos. A seguir, uma lista de seus principais livros, a maioria deles lançada no Brasil, e outras obras.
– Livros –
"A revoada" (O enterro do diabo) (1955)
"Ninguém escreve ao coronel" (1958)
"Las ocho menos cuarto" (1960)
"Funerales de la mama Grande" (1962)
"A má hora" (O veneno da madrugada), (1962)
"Cem anos de solidão" (1967)
"O outono do patriarca" (1975)
"Crônica de uma morte anunciada" (1982)
"O amor nos tempos do cólera" (1985)
"O general em seu labirinto" (1989)
"Doze contos peregrinos" (1992)
"Do amor e outros demônios" (1994)
"Notícia de um sequestro" (1997)
"Viver para contar" (autobiografia, 2002)
"Memória de minhas putas tristes" (2004)
– Contos –
"La tercera resignación" (1947)
"La otra costilla de la muerte" (1948)
"Amargura para tres sonámbulos" (1949)
"Diálogo del Espejo" (1949)
"Olhos de cão azul" (1974)
"La mujer que llegaba a las seis" (1950)
"Nabo, el negro que hizo esperar a los ángeles" (1951)
"Alguien desordena estas rosas" (1952)
"Un día después del sábado" (1955)
"Los funerales de la Mamá Grande" (1962)
"El ahogado más hermoso del mundo" (1972)
"La increíble y triste historia de la cándida Eréndira y de su abuela desalmada" (1972)
"Todos los cuentos" (1975)
"El rastro de tu sangre en la nieve" (1981)
"El verano feliz de la señora Forbes" (1982)
– Trabalhos jornalísticos e outros –
"Relato de un náufrago" (1955)
"Cuando era feliz e indocumentado" (1973)
"Crónicas y reportajes" (1975)
"De viaje por los países socialistas"
"Monólogo de Isabel viendo llover en Macondo" (1969)
"Chile, el golpe y los gringos" (1974)
"Obra periodística. Vol. 1: Textos costeños". (1981)
"Viva Sandino" (Managua, 1982)
"El asalto: el operativo con el FSLN se lanzó al mundo", (Nicaragua, 1983)
"Eréndira" (roteiro de seu próprio romance), (N.P., Les Films du Triangle, 1983)
"Aventura de Miguel Littin Clandestino en Chile" (1986)
"Yo no vengo a decir un discurso" (2010)
Fonte: Opera Mundi
Com agências