Comunicação como arma na luta de ideias

Qualquer pessoa que acessa a internet e também as redes sociais é bombardeada com uma fluxo grande de informação. São […]

Qualquer pessoa que acessa a internet e também as redes sociais é bombardeada com uma fluxo grande de informação. São muito variadas como: correntes, fotos, trechos de músicas, piadas, poemas, links (muitos links, típico da web 3.0), opinião, enfim, através da internet as pessoas têm a liberdade de expressar a sua individualidade e/ou sua contribuição para um determinado coletivo.

Mas não é sensato ignorar o efeito de manada que acontece nessas redes com o compartilhamento de mensagens e ideias que não faz as pessoas refletirem o que realmente representa ou mesmo a veracidade dos fatos. Isso aconteceu com a propagação do caso dos índios Guarani-Kaiowá que não ameaçaram fazer um suicídio coletivo como a maioria das pessoas divulgaram em seus perfis, obrigando inclusive, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) publicar uma nota para desfazer o mal entendido: “Os Kaiowá e Guarani falam em morte coletiva (o que é diferente de suicídio coletivo) no contexto da luta pela terra”, dizia a nota.

Casos como esses acontecem o tempo inteiro, principalmente, no Facebook. Frases são atribuídas a aquele ou aquela escritora que nunca falou ou escreveu tal frase, bonitas fotos e artes com frases machistas, campanhas preconceituosas, que em pouco tempo, ganham efeito viral e vão ganhando espaço na identidade virtual das pessoas.

O que pensam essas pessoas quando compartilham esse tipo de coisas? Dá tempo para pensar, ou a rapidez da internet contaminada até o ato de reflexão? O que prentende o criador dessas postagens? Qual é o efeito dessas opiniões ao ser compartilhada por milhares de pessoas? O que é plasmado no inconsciente e consciente da sociedade?

Essa a grande diferença. Quem se questiona antes de publicar algo em seu histórico, independente do conteúdo que irá compartilhar, o faz consciente do que está fazendo e essas são as “lideranças” mundo digital. As outras pessoas apenas seguem o ritmo e, ao não refletirem, estão sob o efeito de manada, compartilhando porque muitos usuários fizeram a mesma coisa, ou sabe se lá o por quê.

Claro que a internet tem contribuído muito para que “outros agentes” sejam ouvidos, além dos veículos do mass media. Um exemplo disso foi o movimento de ativistas que pautaram na mídia tradicional o vazamento de petróleo na Bacia de Campos ocasionada por operações da empresa americana Chevron. Se não houvesse a denúncia nas redes sociais, a imprensa não teria noticiado o vazamento.

Ser mais um nesse emaranhado de opiniões apenas reforça a ideologia dominante, quando o que mais se precisa agora são lideranças para dar mais sentido progressistas sobre uso desses espaços.

Estimular esse tipo de ação e a reflexão sobre o uso da rede é tarefa essencial para utilização da comunicação e das redes sociais como arma na luta de ideias.